O recente aumento de 10 centavos na tarifa técnica do transporte coletivo, que passa de R$ 5,50 para R$ 5,60 e impacta somente passageiros que pagam em dinheiro, a tarifa no interior e incide sobre o cálculo da tarifa estudantil, ganhou espaço na sessão desta quarta-feira (13) da Câmara. O assunto foi levado ao debate pelos vereadores Renato Oliveira (PCdoB) e Estela Balardin (PT). O aumento não incide sobre quem paga a passagem com cartão Caxias Urbano.
O aumento da tarifa técnica incide também sobre o subsídio mensal ao transporte, destinado a cobrir a diferença entre essa tarifa e os R$ 4,50 para quem paga com o cartão. O complemento a ser coberto passou de R$ 1 para R$ 1,10. Como a diferença aumenta, o subsídio aumenta, mas é ele quem garante a passagem em R$ 4,50.
O secretário de Trânsito, Transporte e Mobilidade, Alfonso Willenbring Júnior, diz que não tem como estimar ainda o impacto dos 10 centavos no subsídio.
— Até porque alterou em meio ao mês — explicou.
Mesmo com esse aumento, a secretaria segue com a projeção de que o subsídio aprovado em março, de R$ 3,35 milhões, seja suficiente para alcançar até o fim do ano, sem a necessidade de novo projeto de subsídio à Câmara.
— É o que pretendemos (que os R$ 3,35 milhões sejam suficientes até o fim do ano). Entendo que sim — disse o secretário Alfonso.
Precisa desmistificar
De acordo com o vereador Renato, o subsídio foi aprovado para congelar o valor da tarifa, o que, segundo ele, não aconteceu.
— Eu pensei que não ia ter mais aumento — disse.
É preciso desmistificar alguns aspectos do subsídio. Ele não garante que não haja mais aumento na tarifa técnica. Se o diesel, que é o principal insumo, sobe, isso impacta no custo e na tarifa técnica. Mas o valor pago com o cartão segue em R$ 4,50. Esse valor é o que não pode aumentar. É o que se espera.
Quem vota contra subsídio
Ontem foi a vez de o vereador Juliano Valim (PSD) dizer que não vota mais a favor do subsídio do transporte. Ele se soma a Elisandro Fiuza (Republicanos), que anunciou recentemente a mesma intenção, mais os quatro que votaram contra o subsídio em março: Mauricio Marcon (Podemos), Maurício Scalco (Novo), Adriano Bressan (PTB) e Gladis Frizzo (MDB).
— Nós temos que pensar é na população caxiense. Este vereador já fala de antemão: não voto mais subsídio a favor, hoje, do transporte coletivo.
"E baixou, não é?"
Ao que a vereadora Marisol Santos (PSDB) respondeu:
— Se o subsídio não é pensar na população e ajudar a pagar com um real em cada passagem, eu realmente não saberia dizer o que é... Não gosto deste tom de ameaça. A gente vota como quer. Porque (se votar contra) não é uma ameaça, é uma responsabilidade. Eu ouvi uma frase assim: "A gente aprovou o subsídio achando que iria baixar a passagem". E baixou, não é?