Os relatórios dos dois primeiros meses da destinação de subsídio público ao transporte coletivo em Caxias oferecem um indicativo importante. Provavelmente, não será necessário o envio de novo projeto à Câmara este ano pedindo autorização para subsídio complementar. O projeto de subsídio aprovado em 17 de março pela Câmara – fez três meses nessa sexta-feira (17/6) – foi no valor de R$ 3,35 milhões, e a projeção da prefeitura à época era de que fosse suficiente para um período "entre três e quatro meses". Esse valor vem sendo injetado no sistema para cobrir a diferença entre a tarifa técnica e a paga pelos passageiros, incluindo isenção a pessoas do Cadastro Único. A previsão era de que fosse necessário aplicar R$ 10 milhões até o fim do ano, o que exigiria autorização pela Câmara de novos subsídios. Não será mais necessário. Por ora, não haverá envio de novo projeto pelo Executivo, mesmo com novo reajuste do diesel, o que exigirá um novo recálculo da tarifa técnica. A informação foi confirmada nessa sexta-feira à coluna pelo secretário de Trânsito, Transportes e Mobilidade, Alfonso Willenbring Júnior.
– Está sendo aplicado menos recurso do que se pensava – avalia Willenbring.
O valor total subsidiado em abril ao transporte público somou R$ 161.628,35. Já em maio, esse valor chegou a R$ 254.264,25. Um total de R$ 415.892,60 contabilizados nos dois primeiros meses. Para junho, a previsão é de que se aproxime dos R$ 300 mil, caso em que o subsídio total dos três primeiros meses chegaria a R$ 715 mil. Nesse ritmo, não deve ser necessário avançar no subsídio para este ano além dos R$ 3,35 milhões já autorizados pela Câmara. Ficariam na reserva R$ 2,635 milhões para serem utilizados em seis meses, o que significa mais de R$ 400 milhões/mês. Tem alguma folga aí.
Além desse ritmo menor que o imaginado, há outro fator: o ingresso de recursos via Funtran, o Fundo Municipal de Trânsito, com fonte de recursos do estacionamento rotativo pago. A renovação da concessão do rotativo, ocorrida no final de maio, estipulou acréscimo de 6,8 pontos perceptuais para os recursos recebidos pelo município, além dos 26% originalmente destinados para a FAS (a Fundação de Assistência Social). Esse adicional vai direto para o Funtran, com aplicação no subsídio.
– Só em junho, nos primeiros 12 dias, o estacionamento rotativo destinou R$ 42 mil para o Funtran. A projeção para junho é de mais de R$ 100 mil – projeta o secretário.
Significará cerca de 30% do valor mensal projetado para ser subsidiado em junho com origem nos recursos do rotativo.
Quem sabe nem em 2023
O secretário Willenbring está otimista. A partir dos levantamentos da secretaria, identificou que o sistema está recuperando passageiros:
– Depois de 10 anos, está conseguindo recuperar. Alguns (passageiros) estão voltando certamente por causa da elevação dos preços dos combustíveis.
Diante desse cenário, e de eventual consolidação da tendência nos próximos meses, Willenbring até cogita de que não seja necessário envio de novo projeto de subsídio inclusive para 2023.