Semana passada, durante a reunião da Frente Parlamentar das Concessões de Rodovias da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, e na sessão seguinte, o improvável aconteceu: os vereadores Sandro Fantinel (Patriota) e a vereadora Denise Pessôa (PT), o tempo todo adversários políticos ferrenos, ele, bolsonarista, ela, petista, concordaram sobre um mesmo tema.
— O que entendi (do debate sobre pedágios)? Que a concessionária não vai puxar um centavo do bolso dela. Ela vai fazer um financiamento no BNDES (o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), dinheiro público. Vai pagar o BNDES com o nosso dinheiro para depois faturar. Por que o Estado não faz ele, então? Deixo essa pergunta no ar, eu que sou a favor das privatizações — raciocinou Fantinel.
— Estranhamente, eu concordo com o senhor — riu-se Denise.
O vereador Maurício Scalco (Novo) objetou na ocasião:
— O problema nosso principal o que é? Não existe dinheiro em caixa. Se a gente pegar um empréstimo, seja onde for, nós vamos pagar com que dinheiro?
Fantinel considerou que o Estado poderia cobrar o pedágio:
— Se ele (governo) colocasse as cancelas, ele cobrasse o pedágio até terminar de pagar o financiamento do BNDES, quando terminou de pagar o financiamento do BNDES está paga a estrada, está paga a dívida, não tem empresa estatal para ser sustentada e nós não vamos mais precisar pagar pedágio.