Maio chega a sua última semana e a situação do enfrentamento à pandemia segue preocupante em Caxias do Sul e na Serra Gaúcha. Há uma evolução de indicadores de ocupação de leitos hospitalares e procura por consulta por parte de pessoas com suspeita de covid-19, conforme alertou o prefeito Adiló Didomenico na live no final de semana em que comentou reunião da Amesne. Ele falou em “curva de crescimento”, e isso ocorre mesmo com a expansão do grupo dos vacinados. O tom tem sido de apreensão da parte dos prefeitos, que agora estão com a prerrogativa de definir protocolos.
— Os prefeitos decidiram não fazer flexibilização. Muito pelo contrário, para mantermos o que se conquistou e evitarmos fechamentos — disse Adiló.
Os municípios deram-se conta do que em outros tempos não se davam: de que ampliar circulação favorece o contágio e isso é um gol contra para a economia. No entanto, o movimento nas ruas, isto é, a circulação de pessoas, vai na contramão. É uma encruzilhada para o poder público. Um dos principais termômetros é o do transporte coletivo.
O monitoramento diário da Fiscalização de Trânsito sobre a ocupação dos ônibus do transporte coletivo detectou um índice de 2,03% na semana passada (17 a 21 de maio) para o excesso de passageiros sobre o limite fixado para o momento, de 60% da capacidade total dos ônibus. Na semana anterior, o mesmo índice era de 1,70%.
Já o vereador Juliano Valim (PSD), em horário de pico na linha do bairro Serrano até o Centro, já havia detectado na semana passada excesso de lotação, aglomeração, falta de ventilação e que “90% dos passageiros estavam a menos de meio metro um do outro”.
Há um contrassenso aí. Medidas mais rigorosas precisarão ser tomadas pelos prefeitos para evitar que o temor dos prefeitos se concretize.