O momento é de banalização da pandemia, algo bastante preocupante.
O boletim da Secretaria da Saúde de Caxias do Sul contabilizou na segunda-feira 10 óbitos decorrentes da covid-19. Em dezembro, o mesmo boletim diário já anotou seis, sete, oito mortes, e a vida segue normal. Na grande maioria, são pessoas acima dos 70 anos que estão perdendo a vida. Nossos idosos. São perdas antecipadas, essa é a grande tragédia.
Mas a vida segue em seu ritmo habitual, como se essas perdas fossem inevitáveis, e não fosse possível reduzir um pouco esse ritmo.
O prefeito Adiló Didomenico, em suas manifestações iniciais após assumir o governo, descartou a determinação de lockdown, medida que consiste na restrição ampla da circulação de pessoas. Ele não pode oferecer essa garantia. O cenário é de alto risco no momento, e um colapso no sistema de saúde não está descartado. A torcida é para que não ocorra, mas ninguém garante. Em um eventual colapso, o modelo de distanciamento controlado tem previsões mais rígidas, e a cirurgia pode ser dolorosa.
Atualmente, há atividades que têm funcionado bem, especialmente alguns estabelecimento no ramo do comércio e dos restaurantes, por exemplo, com protocolos bem executados. O problema reside menos aí, mas em especial nos sinais enviados à população de que a vida segue normal, quando o momento, por óbvio, não é de normalidade.
Declarações e protocolos cautelosos ajudarão a mostrar que o momento é crítico.