A administração municipal de Caxias do Sul está colocada diante do grande desafio de equacionar o imbroglio em que se transformou a mobilização dos médicos da rede municipal. O que fazer para retomar a normalidade na prestação de um serviço essencial à população? A prefeitura quer sustentar a negociação com o Sindiserv como representante dos médicos. Embora haja uma determinação judicial nesta direção, a realidade diz o contrário. A paralisação de três dias chamada pelo Sindicato dos Médicos tem adesão. Na reunião de quarta-feira, com o Sindiserv, nenhum médico compareceu. E a administração reconhece a adesão parcial.
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Então, como a prefeitura faz? Seguir ignorando o Sindicato dos Médicos é jogada de risco e só fará sentido se o Executivo estiver decidido a ir até as últimas consequências. Se assim for, será traumático. Neste momento, é virar as costas para a realidade. Por ora, o Sindiserv não tem a representatividade recomendada junto aos médicos. No curto prazo, esse caminho não produzirá avanços para desatar os nós.
Para agravar, o presidente do Sindicato dos Médicos, Marlonei dos Santos, não sinaliza com nenhuma boa vontade com a prefeitura. Suas declarações têm sido ostensivas, como é sua característica, aliás. Só admite o diálogo se o Sindicato dos Médicos for o único interlocutor. Isso dificulta qualquer meia-volta para a prefeitura.
Por ora, a paralisação está anunciada até esta sexta-feira. Tomara que alguém lembre dos prejuízos à população e o atendimento volte ao normal na segunda-feira.
Dentistas batem ponto
Luciano Petteffi, que é cirurgião dentista da rede pública, lembra que os dentistas vinculados à prefeitura já batem o ponto eletrônico há mais de um ano e que não recebem parcela autônoma.
– Se for aceita a reducação de carga horária para os médicos, essa medida deve ser estendida a outros cargos, que também estão defasados salarialmente, como é o caso de engenheiros civis e arquitetos, sem falar nos dentistas – raciocina ele.
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