A Guerra está prestes a retomar os trabalhos em Caxias do Sul após quatro anos da interrupção de suas atividades. A nova direção da fabricante de implementos rodoviários, cuja massa falida foi comprada pela Rodofort por R$ 90 milhões, aguarda a liberação de licenças operacionais até o fim do mês. Com isso, está mantida a previsão de iniciar as operações produtivas em setembro deste ano.
Adilson Luis Rath, responsável pelas operações da Guerra na Serra, disse que o parque industrial já recebeu vistorias.
— Só estamos ajustando pequenos detalhes solicitados e, logo, estaremos recebendo as licenças. Acreditamos que em cerca de 15 dias, no máximo — prevê Rath.
Outros trâmites burocráticos necessários para a retomada após o leilão também já foram feitos, como a transferência de direito da marca. O primeiro implemento rodoviário que deverá ser produzido é um semirreboque graneleiro. A expectativa da Rodofort em 2021 é distribuir ao mercado interno 2,3 mil implementos, sendo 250 da Guerra e 2,1 mil da fábrica em Sumaré (SP), já que as duas unidades devem operar em sintonia. Previsões mais otimistas falam em 800 chassis. Capacidade de produção a Guerra tem, mas tudo vai depender do mercado e de como será a retomada do parque fabril.
Primeiros credores trabalhistas começam a ser pagos
Além da retomada das operações da Guerra com novos donos, o ano de 2021 marca também o início do pagamento dos credores da massa falida. De acordo com o administrador judicial Cristiano Franke, mais de R$ 1,1 milhão já foram depositados nas contas de 209 ex-funcionários da empresa. De acordo com o que prevê a Lei de Falências, eles receberam até cinco salários mínimos. A empresa parou a produção em maio de 2017, quando cerca de 750 trabalhadores foram mandados para casa sem rescisão.
Os primeiros pagamentos foram efetuados ainda em junho. Mas, para o processo avançar, no entanto, a administração judicial precisa localizar a conta bancária de outros 60 trabalhadores. Segundo Franke, há recursos para seguir com o pagamento de mais credores até o limite legal inicial de cinco salários mínimos, conforme a ordem prevista em lei. Por isso, a administração judicial da massa falida da Guerra solicita que ex-funcionários que ainda não receberam enviem suas contas bancárias pelo e-mail contato@frankeadmjudicial.com.br.