A Grendene encerrou 2020 em forte ritmo de recuperação, amenizando os impactos provocados pela pandemia em seus resultados financeiros no primeiro semestre do ano passado. De outubro a dezembro, a companhia registrou receita bruta superior a R$ 1 bilhão, o melhor trimestre da história. A receita líquida alcançou R$ 837,1 milhões, um incremento de 25,7% na comparação com o mesmo período de 2019. Mas, os bons resultados do final de ano não foram suficientes para que a fabricante de calçados, com sede em Farroupilha, conseguisse fechar o ano com crescimento. A Grendene teve redução de 8,4% de receita líquida em 2020.
O volume de pares comercializados alcançou 62,1 milhões nos últimos três meses do ano, o equivalente a 42% dos 145,5 milhões de pares produzidos ao longo de todo o ano. O mercado doméstico foi o principal responsável pelo incremento nos resultados. A companhia também foi beneficiada pela escassez de matérias-primas no mercado, ocasionando a concentração de pedidos em grandes fabricantes de calçados, em função do receio dos lojistas de ficar sem produtos nas principais datas do varejo do quarto trimestre, como Dia das Crianças, Black Friday e Natal. Houve ainda uma mudança no perfil de compra dos consumidores, que passaram a optar por produtos como chinelos de dedos, gáspeas e papetes, em detrimento de outras categorias de sapatos.
O investimento em transformação digital, anunciado em agosto, ganhou força ao longo dos últimos meses de 2020, à medida que uma parcela cada vez maior dos consumidores passou a comprar online.