“O ano de 2020 foi intenso e cheio de desafios nunca antes enfrentados”. Foi assim que as Empresas Randon iniciaram a apresentação dos resultados do ano passado com receita líquida consolidada de R$ 5,4 bilhões, 6,5% superior à receita obtida em 2019. Dando continuidade ao bom desempenho observado no trimestre anterior, os números do último período do ano surpreenderam e foram melhores do que o esperado para o período, o que ajudou a companhia a fechar no positivo mesmo com os impactos sofridos no início da pandemia. A receita líquida consolidada somou R$ 1,8 bilhão nos últimos três meses do ano, aumento de 40,7% no comparativo com o mesmo período de 2019.
_ Mesmo em um ano desafiador, tivemos um desempenho muito bom, alicerçado por nossos planos de expansão e pelos investimentos em inovação, que seguiram como foco _ salienta o CEO das Empresas Randon, Daniel Randon.
A forte demanda por semirreboques e a recuperação do mercado de caminhões possibilitaram a companhia avançar em volumes e receitas. Os setores agrícola, de bens de consumo e e-commerce seguiram fortes e a recuperação da indústria deu um fôlego adicional ao setor automotivo. O mercado externo apresentou melhora frente aos meses anteriores, pela abertura de fronteiras e normalização de processos logísticos, e pelo câmbio ter se mantido em bons patamares para as exportações.
No mercado interno, foram emplacados 20.507 mil semirreboques no quarto trimestre de 2020, sendo 6.839 unidades com a marca Randon, ou seja, 33,4% de participação de mercado. O agronegócio, em 2020, representou mais de 70% da carteira de pedidos da divisão montadora da empresa. O quarto trimestre também foi o melhor do ano para as exportações de implementos rodoviários. As vendas para a América do Sul ficaram aquecidas, pois os clientes voltaram a comprar após longo período consumindo estoques. A Randon Peru conseguiu atingir o volume e a receita planejados para 2020. Já as vendas de semirreboques para o continente africano tiveram com baixa demanda, mas em níveis estáveis.
Além da melhora do mercado, destaque para outros fatores que contribuíram para fechar o balanço do ano no positivo. O último trimestre foi o primeiro completo da Nakata Automotiva nos números da companhia, a maior aquisição feita na história da fabricante de peças do grupo Randon, a Fras-le.
As aquisições também impactaram no quadro de profissionais da companhia. Ao final de 2020, a Randon tinha 12,1 mil funcionários, 7% superior ao número do encerramento de 2019. Este aumento ao longo de 2020 se refere, principalmente, à adição dos colaboradores das empresas adquiridas como a Ferrari Metalúrgica e a Nakata Automotiva.
Uma ajuda que veio em boa hora em 2020 foi que a Randon e algumas de suas controladas tiveram êxito em processos tributários relativos à exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins, que somou R$ 778,4 milhões no consolidado, impactando positivamente nos resultados do período.
Perspectivas da Randon para 2021
O bom nível de vendas no segundo semestre de 2020 garantiu carteira de pedidos relevante para os primeiros meses de 2021. No entanto, a companhia lembra que os efeitos colaterais da pandemia ainda estão presentes no ambiente de negócios, a exemplo da inflação e escassez de matérias-primas, que estão impactando na oferta de alguns dos principais insumos da cadeia automotiva, como aços, borrachas e embalagens. A conclusão da compra da empresa Fundituba, no final do ano passado, adicionará capacidade e flexibilidade produtiva à controlada Castertech. No segmento financeiro, a companhia divulgou um novo projeto, denominado R4, que oferecerá serviços financeiros digitais aos setores de logística e transporte. A aposta também é nas ações de inovação, tecnologia e automação, com as novas empresas Randon Ventures, a Conexo e a Randon Tech Solutions Industry – RTS Industry.
Fras-le com o melhor resultado em dez anos
A Fras-le encerrou o ano de 2020 com receita líquida consolidada de R$ 1,7 bilhão, alcançando o melhor resultado dos últimos dez anos da companhia.
A empresa do grupo Randon registrou aumento de 22% em relação ao ano de 2019, impulsionado, principalmente, pela conclusão da compra da Nakata, maior aquisição da história da fabricante de peças. O lucro líquido somou R$ 182 milhões, avanço de 454,9%.
O desempenho positivo também foi reflexo dos ajustes e adequações de produção, que tiveram início ainda em 2018, e do êxito em processo tributário relacionado à exclusão do ICMS da base do PIS/Cofins.
O balanço divulgado nesta semana também aponta investimentos na ordem de R$ 56 milhões, sendo que a maior parte, o equivalente a R$ 25,9 milhões, foi destinada para a unidade da Fras-le em Caxias do Sul. Nas unidades controladas, houve a conclusão da ampliação de capacidade de fundição da Fremax, e ainda teve mais a ampliação da capacidade de usinagem da Freios Controil.