A Marcopolo voltou à ativa nesta semana, após férias coletivas. Mas terá um longo e árduo caminho para retomar a produção de ônibus nos níveis de 2013. Caxias concentra 50% da produção nacional do setor, mas a demanda brasileira por ônibus ocupa apenas 1/4 da capacidade instalada nas fábricas da cidade, incluindo a Neobus. Então, fica fácil perceber o quanto a cadeia foi atingida por essa crise que restringiu investimentos de empresas de transporte.
Em 2016, a produção no mercado brasileiro foi de cerca de 13 mil carrocerias – contra 32,6 mil em 2013, conforme a Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus). Ou seja, o consumo restringiu-se a pouco mais de um terço.
– Só em Caxias do Sul, a capacidade produtiva instalada é de quase 20 mil unidades por ano. Ou seja, todos os ônibus vendidos no Brasil inteiro em 2016 só ocupariam a metade das fábricas – define uma fonte do setor, já descartando as exportações.
A grande questão: como ser competitivo com uma ociosidade tão grande? O mercado ganhou ânimo extra com o anúncio do programa do governo federal Refrota 17, de aplicação de R$ 3 bilhões para o financiamento de 10 mil ônibus. Para participar, o operador precisa querer renovar a sua frota e, claro, atender às exigências das instituições financeiras.
A dúvida é saber se a economia permitirá confiança para o investimento. Nada garante que o programa se converterá em mais vendas e produção. E nem em quanto tempo. Alguns apontam para a partir de abril. Por isso, a exportação continua sendo a grande luz.
A torcer que a quinta marcha seja engatada num horizonte não tão distante.
Caixa-Forte
Demanda brasileira por ônibus ocupa apenas 1/4 da capacidade instalada nas fábricas de Caxias
Capacidade produtiva instalada na cidade é de quase 20 mil veículos/ano
Silvana Toazza
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