Um ofício da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), assinado no fim da noite desta segunda-feira (08), revogou a medida administrativa que limitava as operações do Aeroporto Regional Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul. As restrições haviam sido estabelecidas no início do ano, após o órgão federal constatar que alguns procedimentos operacionais tinham que ser melhorados, e na prática vedava a ampliação do número de voos ou o uso de aeronaves maiores.
Embora as medidas cautelares estivessem suspensas desde maio, quando a enchente alagou o Salgado Filho, em Porto Alegre, e transformou o aeroporto caxiense em uma das principais alternativas para transporte aéreo no estado, a decisão de agora elimina totalmente essas restrições e indica que os problemas levantados estão a caminho de serem corrigidos. Este é o entendimento do secretário Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade, Alfonso Willenbring Júnior, que aponta as tratativas com a agência e implementação de um Plano de Ações Corretivas como fundamentais para se chegar a este momento.
Segundo ele, a principal questão que teve que ser corrigida foi a situação da Seção de Combate a Incêndios (SCI). Embora o aeroporto não precisasse ter esse tipo de equipamento, pela categoria em que ele atua, a SCI existe por uma demanda das companhias aéreas, e teve uma série de apontamentos feitos pela Anac. Essas questões acabaram todas sendo resolvidas, e já não trazem mais restrições à operação do aeródromo. Outros tópicos, como a sinalização da pista e questões administrativas, também já foram solucionadas.
A agência também reconheceu que o recapeamento da pista, a maior intervenção exigida, já está com os trâmites devidamente encaminhados. O projeto já foi enviado há cerca de 30 dias, e falta apenas a liberação dos recursos prometidos pelo estado para que a licitação seja lançada. Segundo Willenbring, houve resposta rápida para todas as ações solicitadas, o que deu segurança à Anac para fazer a liberação.
— Aquelas cautelares me incomodavam muito, porque surgiram no momento em que nós assumíamos a administração do equipamento. Apontamentos pequenos já se tornaram notificações e penalizações, e isso não era justo. Estivemos em Brasília para expor nossa determinação em resolver, e trabalhamos muito para readquirir a confiança da da Anac. Por isso fiquei muito satisfeito quando recebi esse documento hoje pela manhã — afirma o secretário.
O ofício da Anac condiciona a liberação à continuidade do cumprimento do Plano de Ações Corretivas, além de atender as solicitações contidas nos processos de vigilância continuada. Quanto ao recapeamento da pista, Willenbring revelou que aguarda, ainda para esta semana, a liberação de parte dos R$ 14 milhões prometidos pelo estado. Isso possibilitará o lançamento da licitação da obra.