A coluna da Rosane de Oliveira trouxe nesta sexta-feira (07) a notícia há décadas esperada pela comunidade regional: na próxima semana será anunciada a criação da Universidade Federal da Serra Gaúcha. A confirmação foi dada pelo ministro da Reconstrução, Paulo Pimenta, e a oficialização deve ocorrer na segunda-feira (10), quando o presidente Lula e o ministro da Educação, Camilo Santana, lançam o PAC Universidades, um pacote de criação de novas instituições de ensino superior país afora. A implantação de um campus da UFRGS será o meio para atender a demanda da região.
A pompa e a formalidade que aparentemente vão marcar este anúncio dão um tom de credibilidade para a proposta, e aumentam a esperança de que, finalmente, esta reivindicação histórica seja atendida. E sublinho esse tom de expectativa pois, apesar do otimismo gerado pela notícia, um retrospecto de promessas e desilusões cercam o tema.
Para ilustrar isso, aqui ao lado, no Leia Mais, está uma notícia de 2011, onde se dizia que em setembro daquele ano seria debatida a proposta de instalação de uma extensão da UFRGS na Serra. E já era um tema que vinha de anos, e que no fim deu em nada. Antes disso, na década de 1970, falava-se na federalização da UCS, e quando o tema esteve na pauta do governo federal, na metade da década de 1980, também acabou não se concretizando.
Nunca houve dúvida da necessidade de uma universidade pública de grande porte na região. Até como retribuição à contribuição que a Serra dá ao desenvolvimento do RS e do país, ou pela capacidade de uma instituição assim ampliar o crescimento econômico e humano, essa instalação estará plenamente justificada. E além de desmanchar o histórico de frustrações, é desejável que seja um processo rápido.
Aliás, por falar em agilidade, também se espera que as lideranças da região tenham um mínimo de sabedoria e não se percam em um emaranhado de discussões. Vale lembrar que o debate infinito e a briga para ver qual município iria sediar o campus atrasou o processo no início da década de 2010, fazendo com que a Serra perdesse o momento em que havia verbas e disposição de Brasília em fazer a implantação do projeto. Isso não pode se repetir.
Em um momento em que a região e o RS precisam de investimentos e projetos que garantam perspectivas melhores de futuro, o atendimento dessa demanda histórica será uma excelente notícia. Os atuais detentores do poder têm a responsabilidade de mostrar que, dessa vez, vai acontecer.