Em entrevista à Gaúcha Serra na manhã desta terça-feira (14), o secretário de Trânsito, Transportes e Mobilidade de Caxias do Sul, Alfonso Willenbring Júnior, falou sobre o súbito aumento de movimentação no Aeroporto Regional Hugo Cantergiani. Essa situação se deu após o fechamento do Salgado Filho, em Porto Alegre, devido ao alagamento provocado pela enchente histórica, o que tornou o terminal caxiense a referência estadual para o transporte aéreo.
Em poucos dias, o número de operações comerciais aumentou em 50%, passando de quatro para seis, em média. Além disso, recebeu inúmeros voos de helicópteros e aviões que têm vindo trazer donativos. Esta realidade trouxe à tona o debate sobre se o espaço deveria receber novos investimentos, já que ele tem a projeção de ser desativado no futuro, com a construção do aeroporto em Vila Oliva, mais amplo e moderno.
Para mim, essa questão é simples de responder. Não tenho dúvida de que o Hugo Cantergiani precisa, sim, receber investimentos. Reformar este equipamento público e deixá-lo em melhores condições é muito importante para a região, independentemente do fato de que, cedo ou tarde, o Salgado Filho vai voltar a funcionar. Uma coisa não invalida a outra, pois a situação de emergência só evidenciou situações que já deviam ter sido resolvidas há muito tempo.
Além disso, o secretário Willenbring ressaltou um ponto importante: mesmo contando que o planejamento para o Aeroporto de Vila Oliva flua normalmente e a obra finalmente saia do papel em um futuro próximo, ainda vai levar anos para ele se tornar realidade. Por isso, o investimento que vier a ser feito no atual terminal certamente vai ser útil para a região por um prazo razoável — e a visibilidade ganha nas últimas semanas acaba sendo a oportunidade para buscar esses recursos.
— Hoje nós temos operando o Hugo Cantergiani e estamos vendo uma grande oportunidade de investimentos fortes na área tecnológica, na área de estrutura, não somente de pista e pátio, mas também do terminal aeroportuário aqui em Caxias do Sul. A gente vai buscar sim uma melhoria no atual terminal, investimentos em segurança, tanto de pista quanto em equipamentos que ofereçam mais garantia para uma operação em condições climáticas limitadas. É a oportunidade que nós temos de investir forte aqui — defende Willenbring.
Obviamente que não serão feitos investimentos gigantescos, pois o Hugo Cantergiani acabará sendo fechado no longo prazo. No entanto, o que foi revelado pelo secretário como prioritário, como repavimentação da pista, instalação de mais equipamentos de segurança para aproximação de voo e revitalização do terminal de embarque e desembarque, já seriam grandes avanços, sem gastos fora da realidade.
Seria um incremento importante na infraestrutura da região. A atual situação catastrófica confirmou essa necessidade.