
É em progressão geométrica que aumentou o vazamento da defesa do Inter. Em todo o Gauchão, o time levou seis gols. Tomou mais um do Flamengo e finalizou março com sete bolas na rede nos três primeiros meses do ano. Foram mais sete no mês de abril todo. E agora, nos dois primeiros jogos de maio, já igualou, com quatro do Corinthians e três do Atlético Nacional-COL. Roger Machado tem uma urgência a resolver.
O problema é que os gols não têm saído apenas de um jeito específico, em que alguns treinos especiais pudessem resolver. O Inter levou de contragolpe, de cabeça, de bola parada. No início e no final dos jogos.
A deficiência não está especificamente nos zagueiros. Vitão é reconhecidamente um jogador de alto nível, pedido inclusive na Seleção, por onde já passou nas categorias de base. Victor Gabriel fez um Gauchão de excelência e se vislumbra um futuro promissor. Tem ainda Rogel e Juninho, ambos experientes, no grupo.
Ao lado deles, Bernabei foi o melhor lateral-esquerdo do Brasileirão em 2024. E Aguirre cresceu ao longo da temporada atual. À frente, ninguém questiona a qualidade de Fernando, Thiago Maia e Bruno Henrique.
— Precisamos equilibrar a equipe novamente — resumiu Roger ao final da derrota para o Atlético Nacional-COL.
O treinador admitiu a preocupação pelos gols sofridos recentemente, que tornaram inviável vencer. Mesmo quando o Inter marcou três vezes, como contra o Nacional-URU, não ganhou.
— Tenho de analisar com clareza de que forma os gols aconteceram para organizar. Sempre tem uma forma, mesmo com pouco treino, de solucionar. Não vejo obrigatoriamente que o sistema defensivo tenha sido responsável por todos esses gols tomados — explicou.
Ex-zagueiro Aloísio diz que é preciso regularidade
Não é inédito, pelo contrário. Faz parte do futebol, ainda mais o atual, com tantos jogos e tão poucos treinos, ter momentos de baixa. O segredo para o sucesso é que sejam curtos e, de preferência, com pouca perda de pontos.
Essa é a visão do ex-zagueiro Aloísio, com passagem marcante pelo Inter nos anos 1980, que logo o conduziram para Barcelona e Porto. Para o antigo defensor, está faltando regularidade.
— Depois da geração Índio, Fabiano Eller, Bolívar, o Inter levou muito tempo para ter uma defesa coesa, forte e segura, daquelas que quando meio-campo e ataque não funcionam, garante lá atrás. Mas para uma equipe funcionar, ganhar mais jogos do que perder, é preciso ser regular. A dupla atual é jovem, com potencial para evoluir, mas que comete erros. Vai ser preciso achar espaço para treinar e dar mais entrosamento, não só entre eles mas também com os laterais — aponta.
O problema é que não há tempo para treinar. O Inter voou da Colômbia direto para o Rio, onde enfrenta o Botafogo no domingo (11), pelo Brasileirão. E, na quinta-feira, praticamente decide sua vida na Libertadores.
— A solução está dentro do grupo, está naquilo que a gente já fez — sintetizou o goleiro Anthoni.
Para o bem do Inter, é bom que essa solução seja rapidamente encontrada mesmo.
Gols sofridos pelo Inter
- 6 no Gauchão
- 7 até março
- 7 só em abril
- 7 só nos dois primeiros jogos de maio
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