O Conselho Regional de Desenvolvimento da Serra (Corede Serra) divulgou na manhã desta segunda-feira (11) o balanço da Consulta Popular 2023. Ao todo, os seis projetos listados pela região receberam 5.573 votos, e quatro deles serão contemplados com R$ 432.142,86 cada. A votação de cada um, pela ordem:
- 1º Desenvolvimento do Turismo – 1.449 votos
- 2º Hub de Inovação Regional - Inova Bento – 1.207 votos
- 3º Apoio ao roteiro turístico "Caminhos de Caravaggio" promovendo o turismo religioso, desenvolvimento econômico e cultural – 1.190 votos
- 4º Cidades mais seguras: Qualificando a gestão de riscos de desastres – 1.041 votos
- 5º Fortalecendo Vínculos: Reconstruindo Caminhos para uma Comunidade Segura: Bento Gonçalves, Caxias do Sul e Nova Prata – 360 votos
- 6º Socialização dos Idosos - Realização de atividades sociais e culturais – 326 votos
Os três primeiros receberão os recursos. Já o outro beneficiado será o projeto Fortalecendo Vínculos, que embora tenha recebido três vezes menos votos do que a proposta que ficou em quarto lugar, acabou selecionada por uma questão de regulamento, que prevê que ao menos 20% do total de recursos sejam repassados para um projeto da área social. Essa decisão, inclusive, surpreendeu a presidente do Corede Serra, Monica Mattia:
— Quando recebemos o resultado, não entendemos por que um projeto com 360 votos tinha entrado e um com 1.041 não. Até se pensou em um recurso, mas ao examinar alguns detalhes, vimos que esta questão regimental, de ter ao menos um projeto social, fica subentendida. Acreditamos que o regulamento precisa ser aprimorado, e vamos levar esta questão para a reunião dos Coredes, na próxima quinta-feira (14).
Para Monica, porém, a questão mais marcante foi a baixa participação da população da Serra. É visível, inclusive, a decepção dela com esta situação. Com os 5.573 votos obtidos pelas seis propostas, o Corede Serra ficou em penúltimo lugar entre os 28 conselhos existentes no RS. Ela lembra que, além de mostrar pouco interesse, a baixa votação prejudica os próprios projetos, que poderiam receber recurso extra de até R$ 1 milhão se a região tivesse ficado entre as 10 com mais votantes.
— Por várias questões, ficou muito abaixo do que esperávamos. Desta vez tivemos impulsionamento on-line, assessoria de imprensa e trabalho intenso dos proponentes dos projetos, e nem assim conseguimos mobilizar a população. É uma frustração muito grande, pois esperávamos que somente uma das propostas recebesse mais de 10 mil votos — aponta Monica.
Entre as explicações para essa falta de participação, Monica aponta o individualismo e a falta de uma cultura de projetos regionais. Além disso, pelo fato de os últimos colocados terem sido as áreas mais populosas (Corede Serra em 27º e Corede da Região Metropolitana em 28º), ela entende que o modelo da Consulta Popular acaba mobilizando mais as regiões menores, que têm menos poder político para buscar os recursos de outras formas.