Os assaltantes que mataram dois professores durante assalto ao Hotel Romanmattei, em Mato Castelhano, no norte gaúcho, nesta quinta-feira (25), roubaram joias e celulares das vítimas após transferências via Pix falharem. A dupla fez check in no estabelecimento na noite de quarta-feira (24) com dados falsos.
As informações são do delegado Diogo Ferreira, que lidera a investigação. Segundo ele, os dois criminosos desceram ao saguão, onde anunciaram o assalto, por volta da 1h30min. No local não havia câmeras nem registro digital de hóspedes.
Os assaltantes, sendo um deles armado, renderam a dona do hotel e clientes que estavam no local. As vítimas foram amarradas e levadas para um cômodo do hotel. Enquanto isso, a proprietária foi forçada a fazer transferências por Pix aos criminosos.
Porém, conforme o delegado, as transações não foram efetivadas porque os assaltantes passaram dados errados.
— Isso fez com que não fosse registrado qualquer transação por Pix, logo não chegamos a uma identidade, já que as chaves estavam erradas — explicou Ferreira.
Após a tentativa frustrada, o criminoso armado voltou para o cômodo onde estavam os reféns enquanto o outro seguia com a revista e tirava pertences das vítimas, como joias e celulares.
Em depoimento, a proprietária do hotel relatou que o grupo de 15 estudantes e três professores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) — que visitava a Floresta Nacional de Passo Fundo — chegou ao local durante o assalto.
— O assalto estava ocorrendo de forma tensa, mas sem violência até o momento em que uma das vítimas conseguiu romper o lacre que estava preso e tentou entrar em luta corporal contra o criminoso que estava armado. O criminoso efetuou de três a quatro disparos e o caos se instalou no local. Foi quando a segunda vítima, ao ver aquela situação, também tentou reagir e foi baleada. Os demais se esconderam, enquanto os assaltantes fugiram levando joias e telefones das vítimas — explicou o delegado.
Os professores Fabiano de Oliveira Fortes, 46 anos, e Felipe Turchetto, 35, morreram no local.
"Crime foi cometido de forma amadora", diz delegado
De acordo com Ferreira, os criminosos não mostravam preparo e o crime foi cometido de forma amadora, uma vez que os assaltantes não levaram praticamente nada em bens materiais e ainda causaram a morte de duas pessoas.
Até o momento, cerca de 10 testemunhas já foram ouvidas e mais pessoas devem prestar depoimento até o fim do dia.
Equipes da Polícia Civil e Brigada Militar seguem nas ruas fazendo diligências atrás de câmeras que possam identificar os criminosos e informações obtidas através dos reféns do local.
— Estamos trabalhando para identificar os indivíduos e representar pela prisão deles de imediato. As buscas seguem em diligências em Passo Fundo e Mato Castelhano — finalizou.
Conforme o coronel Marco Antônio dos Santos Morais, comandante regional da Brigada Militar, o posto da BM que fica ao lado do hotel estava vazio e a polícia só foi chamada 30min após a ocorrência, por isso não há cerco policial montado na região.
— No momento, devido ao decurso de tempo e também não termos indicativos de que permaneceram em Mato Castelhano ou arredores, os trabalhos estão concentrados nas testemunhas e na busca de imagens — detalhou o comandante.
Assim como a Polícia Civil, as equipes seguem em busca de informações através de testemunhas que estavam no local.
A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) enviou uma equipe para Passo Fundo, que atuou no retorno dos estudantes para Santa Maria e no translado dos corpos dos professores. Fabiano será velado em Santa Maria, enquanto Felipe será velado em Taquaruçu do Sul.