Uma operação deflagrada nesta quarta-feira (7) busca desarticular uma organização criminosa com ramificações em vários Estados que teria movimentado R$ 400 milhões com esquema de lavagem de dinheiro em nove meses.
Parte do grupo radicado na região norte do Estado tem vínculo com uma facção do Vale do Sinos, na região metropolitana de Porto Alegre, e utiliza a estrutura de uma quadrilha da região sudeste do Brasil para lavar o dinheiro oriundo do crime.
A investigação apurou que os suspeitos movimentaram cerca de R$ 400 milhões em nove meses. Os valores são proveniente do tráfico de drogas, venda de armas e contrabando de cigarros.
São cumpridas ordens judiciais em 113 municípios do Rio Grande do Sul e de outros 22 Estados. Cerca de 1,3 mil agentes atuam na ofensiva.
— Identificamos que o dinheiro saía de Passo Fundo e ia para contas do Mato Grosso do Sul, as quais mandavam e recebiam dinheiro de outras organizações criminosas de quase todo o país — destaca o delegado responsável pela investigação Diogo Ferreira, titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Passo Fundo.
Ao todo, são cumpridos 925 mandados judiciais. Com o cumprimento de quatro prisões preventivas, 403 mandados de busca e apreensão, sequestro de 187 veículos, 7 embarcações e 9 aeronaves, além do bloqueio de contas bancárias de 188 de investigados pessoas físicas/jurídicas. Os bens apreendidos estão avaliados em aproximadamente R$ 43 milhões.
A ofensiva desta manhã representa a quarta fase da Operação denominada “Fim de Linha”, iniciada em fevereiro de 2022, quando 37 líderes do tráfico foram presos no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
A partir daí foram realizadas quebras de sigilo bancário e telefônico, resultando na identificação dos operadores da lavagem de dinheiro e também laranjas, alvos da operação desta manhã:
— No decorrer da investigação, verificamos a existência de pessoas físicas e jurídicas, responsáveis por fornecer suas contas bancárias para o recebimento e repasse dos valores advindos do tráfico, repassando posteriormente para outros escalões da facção. Da mesma forma, foi constatada a criação de contas bancárias utilizadas exclusivamente para atos de lavagem de dinheiro das organizações criminosas - detalha o delegado.
O objetivo da ação, segundo o delegado, é atacar o patrimônio dos operadores da lavagem de dinheiro, apreender bens e patrimônio, além de arrecadar elementos para o curso da investigação.
— Os quatro alvos da ação são os principais operadores de lavagem de dinheiro do grupo e movimentaram mais 400 milhões em nove meses. Dois dois alvos utilizavam contas bancárias de empresas fantasmas — pontua Ferreira.
A investigação ainda identificou cerca de R$ 2 bilhões em movimentações suspeitas no ano de 2021. Conforme a Draco de Passo Fundo, já foram realizadas 65 prisões nas três fases da investigação.
Até as 9h um dos investigados, apontado como operador do esquema havia sido preso preventivamente, no Mato Grosso do Sul (MS). Em Ponta Porã (MS), a polícia apreendeu R$ 1 milhão em espécie, durante as buscas. Outras três pessoas foram presas em flagrante uma por tráfico de drogas e duas por posse de armas, em Minas Gerais, Canoas e Mato Grosso do Sul.
GZH Passo Fundo
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