Dar visibilidade e discutir as necessidades e potencialidades que os envolvem: esse é o objetivo da Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, instituída por lei desde 2017. Todos os anos, a data é comemorada no mês de agosto com programações municipais e de instituições da causa.
Em Passo Fundo, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) tem mais de 2,2 mil atendimentos mensais para a população com deficiência intelectual múltipla, síndromes raras e autismo.
A entidade organizou atividades práticas para os atendidos e seminário para familiares e público em geral (confira a programação abaixo).
Neste ano, a temática da semana é a “vida plena e autônoma”, como explica Regina Ampese, coordenadora do Centro Regional de Referência em Transtorno do Espectro Autista (TEA) e do Centro de Atendimento em Saúde da Apae de Passo Fundo:
— Nosso atendimento já é para que os usuários tenham uma vida plena e autônoma, que desenvolvam sozinhos as atividades necessárias. É importante ter essas datas porque resgatam a inclusão na sociedade, algo que não é atributo somente de instituições especializadas — disse.
Atendimentos dobraram na Apae Passo Fundo
Desde que passou a integrar a sede do Centro de Atendimento em Saúde (CAS), os atendimentos da Apae de Passo Fundo dobraram: a demanda de 1.035 atendimentos mensais se somou aos novos 1,2 mil encaminhados ao Centro.
A chegada do programa do governo estadual tornou a entidade de abrangência regional para o atendimento de pessoas com autismo e suas famílias. Em funcionamento desde outubro, o CAS tem atualmente 98 usuários, sendo 86 em atendimento e outros 12 em processo de avaliação.
— O centro visa o atendimento terapêutico de pessoas em autismo, seja crianças, adolescentes ou adultos. Atendemos a 28 cidades, com pacientes encaminhados das redes primarias desses municípios — explica Regina.
Atendimento é suporte na rotina famílias
Além de desenvolver habilidades, contar com o acompanhamento de profissionais especializados e o convívio externo, a rotina de atendimentos também é um suporte na rotina das famílias de pessoas com deficiência.
No caso do Sandro Luis Oliveira de Oliveira, 54 anos, a frequência na Apae já completa quatro décadas. Acompanhado da mãe, Doris Oliveira, ele faz atividades práticas para desenvolver habilidades dentro do quadro de deficiência intelectual.
— Por conta da idade, ele começou a perder algumas habilidades que já tinha e fazer coisas sozinho dentro de casa. Então nossa proposta na Apae é que ele interaja com o pessoal, se movimente e trabalhe a inteligência, porque sabemos que ele entende as coisas — relata a mãe.
Hoje Sandro tem atividades em três tardes da semana, onde faz educação física, teatro e ajuda na horta. Conforme a mãe, os dias de acompanhamento também são essenciais para ela, que tem uma rotina intensa de cuidados com o filho:
— É a minha válvula de escape, porque os cuidadores também precisam de cuidado. Aqui temos rodas de conversa e amparo também para a família.
Programação da Semana Nacional da Pessoa com Deficiência na Apae Passo Fundo
Políticas de saúde
- Sexta-feira (23): 8h30min: no Auditório - Encontro Desafios Cotidianos, Construindo e sustentando os vínculos humanos
- Terça-feira (27): 9h30min às 10h30min: Roda de conversa "Vamos conversar… impacto do uso de telas".
Seminário em 28 de agosto
- 8h: acolhida e registro da presença
- 8h30min às 9h30min: mesa "Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva: quem somos nós nesse processo?”
- 9h45min: coffee break
- 10h: socialização das práticas escolares
- 11h às 11h30min: palavra aberta - discussão sobre os trabalhos apresentados
- 13h30min: socialização das práticas escolares
- 15h: coffee break
- 15h20min: socialização das práticas escolares
- 16h30min: palavra aberta II, discussão sobre os trabalhos apresentados
- 17h: encerramento