Passo Fundo, no norte do Estado, é uma das cidades selecionadas pelo Ministério da Saúde para participar da nova fase da Epicovid, pesquisa epidemiológica sobre a covid-19, que teve início na última segunda-feira (11). Em todo o país, serão 33.250 pessoas entrevistadas, em 133 municípios.
No RS, também receberão entrevistadores as cidades de Porto Alegre, Caxias do Sul, Ijuí, Pelotas, Santa Maria, Uruguaiana e do eixo Santa Cruz do Sul-Lajeado. A expectativa é de que 2 mil pessoas sejam ouvidas nas cidades gaúchas — sendo 250 delas em Passo Fundo.
O estudo é coordenado pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) e encomendado à Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que conta com o apoio de outras instituições de ensino do Estado, entre elas a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).
De acordo com a reitora da UFCSPA, Lucia Pellanda, diferentemente das etapas realizadas em 2020, os trabalhos agora não contam com a realização do teste de covid, que antes tinha por objetivo mapear os casos positivos da doença.
— Esse estudo é somente o questionário, pois estamos buscando as consequências da infecção. Vamos avaliar quais foram os impactos na vida das pessoas, quem teve infecção, quem não teve, quem teve perda, as questões de saúde mental, as questões de afetar emprego, trabalho, renda, mudança de hábitos, outras doenças, sintomas persistentes da covid longa. Essas são as questões principais — explica a reitora.
Nos últimos dias, diversas cidades e Estados divulgaram boletins apontando para um crescimento pontual de casos de covid-19. Em Passo Fundo, o último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, nesta semana, mostrou um aumento de mais de 23% nos casos — atualmente, são 461 casos ativos, contra 373 do último relatório.
Contudo, segundo a reitora da UFCSPA, a realização da pesquisa neste momento não está relacionada com o aumento de casos, pois ela já estava em desenvolvimento.
— Nas primeiras etapas, a gente não tinha nenhum conhecimento sobre o vírus. Hoje nós já temos, e o que queremos ampliar é apenas o conhecimento sobre as consequências da infecção. Sempre buscamos acompanhar os indicadores e, quando estão alto, nos preocupam, porém a gente fica feliz em saber que pelo menos agora tem a vacina. Inclusive aquela primeira etapa ajudou muito a definir quais eram os grupos que mais precisavam receber a vacina primeiro — pontuou.
Após a finalização do trabalho em campo, os dados serão compilados em um banco de dados, analisados e posteriormente divulgados pelo Ministério da Saúde.
Pesquisadores estão identificados
Segundo o Ministério da Saúde, todas as entrevistas serão realizadas pela empresa LGA Assessoria Empresarial, contratada após apresentar a melhor proposta em pregão eletrônico. Além disso, no comunicado feito pelo governo federal, é destacado que "os profissionais receberam treinamento e estarão devidamente identificados com crachás da empresa e coletes brancos com as marcas da UFPel, da Fundação Delfim Mendes Silveira (FDMS) e da LGA".
A orientação é para que, em caso de dúvidas, os moradores entrem em contato com as prefeituras. A empresa LGA também pode ser acionada por meio dos telefones (31) 3335-1777 e (31) 99351-2430.