A Câmara de Vereadores de Passo Fundo passa a ser Embaixada da Luta Contra o Câncer no Planalto Médio. Uma cerimônia realizada no plenarinho da Casa oficializou o título na manhã desta quarta-feira (3), no gabinete da presidência. A ideia é transformar o parlamento em centro de mobilização permanente de apoio às pessoas com a doença.
Conforme o presidente da mesa diretora e embaixador do Instituto Pietro, Saul Spinelli (PSB), a sede busca fortalecer e motivar trabalhos relacionados à doação de sangue e de medula óssea, além de ações para auxiliar pacientes com diagnóstico de câncer.
— Em 2019, o último dado disponível, nós tivemos 232 mil óbitos por conta do câncer, sendo que 27% das mortes de homens são por conta do câncer de próstata. O Rio Grande do Sul é um do estados com maior número de mortes por câncer de mama. Isso não pode continuar ocorrendo — pontua Spinelli.
A criação da embaixada também deve possibilitar que a comunidade busque auxílio para tratamentos contra o câncer no local, como o redirecionamento de pacientes e familiares para instituições de apoio, a exemplo do Centro de Apoio à Criança com Câncer (Cacc) ou a Associação de Apoio a Pessoas com Câncer (Aapecan).
Instituto Pietro
Sediado em Porto Alegre, o Instituto Pietro foi criado em 2019 com objetivo de fortalecer a sensibilização da sociedade, empresas e poder público sobre a importância da doação de medula óssea. O nome do instituto é uma homenagem a Pietro Albuquerque, filho do ex-deputado federal e fundador do instituto, Beto Albuquerque, que faleceu em 2009, aos 19 anos, vítima de leucemia mieloide aguda.
A morte de Pietro motivou a criação da lei federal nº 11.930/2009, que institui a Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea. O objetivo é promover a conscientização sobre o tema.
Conforme informações do Instituto Pietro, o país contava com 750 mil doadores de medula óssea no Brasil. Treze anos após a criação da lei, em 2022, o Ministério da Saúde contabilizou 5,5 milhões de doadores no Registro Nacional de Doadores. O banco é o terceiro maior do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da Alemanha.
Quem pode doar
Para se tornar um doador de medula óssea é necessário ter entre 18 e 35 anos, estar em bom estado geral de saúde, não ter doença infecciosa no sangue ou incapacitante, não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica ou do sistema imunológico.
Em Passo Fundo, é necessário realizar o cadastro no Hemocentro Regional, onde será feita a coleta de amostra de sangue para o exame de compatibilidade. Os dados do doador são inseridos no cadastro do Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).
Quando houver um paciente com possível compatibilidade, o voluntário é contatado. O material pode ser enviado para o paciente da mesma cidade, país ou até fora do Brasil.