O Hospital Comunitário de Sarandi, município com 22,8 mil habitantes no norte do RS, terá seu próprio serviço de hemodiálise em breve. O espaço deve atender até 60 pacientes que atualmente fazem tratamentos em outros locais, como nos hospitais de Passo Fundo e Carazinho.
Ao todo, serão instaladas 15 máquinas para realizar atendimentos nos turnos de manhã e tarde. O serviço deve beneficiar diretamente 10 pacientes de Sarandi que se deslocam semanalmente para fazer o tratamento em municípios vizinhos.
Em número de máquinas, o novo espaço não fica muito atrás do Hospital de Caridade de Carazinho (HCC), por exemplo, que tem 16 equipamentos de hemodiálise trabalhando nos três turnos do dia.
O Hospital de Clínicas de Passo Fundo (HCPF), por sua vez, disponibiliza 20 máquinas com capacidade de hemodiálise de até 80 pacientes em dois turnos de funcionamento, enquanto o Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) possui 39 máquinas.
A compra dos equipamentos para o tratamento foi viabilizada através de emenda de R$ 1,5 milhão, do deputado federal Dionilson Marcon (PT-RS). A prefeitura de Sarandi vai repassar R$ 440 mil mensais para o custeio da prestação do serviço à Associação Hospitalar Vila Nova, que deve assumir a gestão.
O procedimento de hemodiálise funciona como um "rim artificial": ele ajuda pessoas com problemas renais a filtrar e limpar o sangue do corpo. Quem precisa desse tratamento são pessoas com insuficiência renal aguda ou crônica graves, o que faz com que seja necessário repetir o tratamento com frequência.
Implementação até o fim do ano
O serviço deve ser implementado até o fim do ano, quando a Associação Hospitalar Vila Nova assume a nova gestão do hospital. Para isso, a Câmara de Vereadores de Sarandi precisa aprovar o projeto de lei nº 102/2023, que prevê a transição da atual diretoria, feita por um trabalho filantrópico, para a entidade.
Na última sexta-feira (15), uma audiência pública reuniu Executivo, a diretoria atual do hospital, a associação e o público para esclarecer dúvidas sobre o serviço. A votação dos vereadores é a última etapa necessária antes da instalação final.
— Está tudo bem encaminhado e irá para votação na Câmara de Vereadores nos próximos dias. Hoje os pacientes enfrentam mais de três horas de viagens semanais, se contarmos ida e volta dos deslocamentos, para fazer hemodiálise. O fato de termos esse serviço aqui no município possibilita o fim do desgaste e coloca Sarandi como polo de referência na região — disse o secretário municipal de saúde de Sarandi, Lenomar Alves de Jesus.
Depois que o setor de hemodiálise começar a funcionar, a gestão planeja contratar novas especialidades para o Hospital, como dermatologia e oftalmologia. Outro plano é criar uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) até 2026. Hoje o Hospital Comunitário de Sarandi oferece serviços de tomografia, Raio X, exames laboratoriais e atendimento básico.