As baixas temperaturas registradas nos últimos dias elevam o alerta sobre as doenças respiratórias e a recorrência desses casos. Em abril, o Hospital de Clínicas de Passo Fundo registrou um aumento de 15% nas internações por pneumonia, em comparação ao mês de março. Situação que preocupa, uma vez que entre janeiro e agosto de 2022, foram registradas 44.523 mil mortes pela doença em todo Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.
O médico pneumologista, Tiago Simon, explica que a pneumonia é uma infecção do tecido do pulmão, podendo ser causada por diversos agentes como bactérias, fungos e vírus.
— A pneumonia é uma infecção a nível pulmonar, da via aérea mais baixa e na grande maioria das vezes é causada por bactérias, mas a pneumonia pode ser causada por outros agentes, vírus por exemplo. Fungos também podem causar e, às vezes, pode ter pneumonia química —aponta.
Um dos motivos para que os casos aumentem na região é a sazonalidade. As estações mais frias têm um indicie maior de casos uma vez que os ambientes são fechados e, assim, existe mais circulação de agentes causadores da doença.
Mortalidade
Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, o Sistema Único de Saúde (SUS) registra, anualmente, mais de 600 mil internações por Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC) e Influenza.
De acordo com Simon, a mortalidade é maior nos extremos de idades, crianças e idosos, bem como em pessoas com comorbidade. A demora para procurar tratamento médico também eleva chances de agravamento dos casos.
Ainda segundo o médico, a mortalidade da doença é baixa em pacientes jovens sem comorbidade e que procuram tratamento.
Existe vacina para pneumonia
Para combater a pneumonia, existem opções para os agentes causadores. Muitas vezes, conforme Simon, o tratamento não tem a identificação do agente causador, então se utiliza um regime de antibióticos até sete dias, com resultados satisfatórios.
Existem dois tipos de vacinas para prevenir a pneumonia. Estas podem ser feitas por qualquer pessoa, tanto na rede pública, quanto particular.
— Uma vacina que é conjugada que gera imunidade. Então ela é feita uma vez na vida. E temos a vacina não conjugada, é polissacarídica, que confere uma proteção adicional — destaca o pneumologista.
O reforço nos adultos pode ser feito a cada cinco anos. Outra forma de prevenir a evolução de quadros, conforme destaca o médico, é a adoção de hábitos de vida saudáveis, como prática de exercícios, boa alimentação e sono adequado.
Outros hospitais também registraram aumento de atendimentos por sintomas de doenças respiratórias
A busca por atendimento por parte de pacientes com sintomas de doenças respiratórias também aumentou em outras casas de saúde de Passo Fundo. Sem precisão de quantas pessoas e quais doenças, o Hospital São Vicente de Paulo e o Hospital Municipal Dr. César Santos informaram à GZH Passo Fundo que nos últimos dias houve uma grande procura por atendimento médico em decorrência de problemas respiratórios.
O Hospital São Vicente de Paulo inclusive opera, desde terça-feira (18), com superlotação na emergência. Por isso, os atendimentos neste setor são focados em casos de acidentes, fraturas expostas, convulsões, sangramentos, dores no peito (infarto) e sintomas de acidente vascular cerebral (AVC).
Orientações para pessoas com sintomas
Com o frio mais intenso, os sintomas de doenças respiratórias se tornam mais comuns. De acordo com o pneumologista, o quadro clássico de uma pneumonia é de dois a três dias com tosse (seca com secreção), dor, principalmente ao respirar profundamente, desconforto respiratório e febre.
A orientação da secretaria de Saúde de Passo Fundo é que se procure o serviço dos Centro de Atenção Integral à Saúde (Cais) e Unidades Básicas de Saúde (UBS) para atendimento médico quando os sintomas forem leves. Já em casos de sintomas graves, como dificuldade para respirar, falta de ar e baixa saturação de oxigênio, o paciente deve procurar o atendimento hospitalar.
GZH Passo Fundo
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