Março e abril são os meses que, historicamente, registram o maior número de casos de dengue no Rio Grande do Sul. Essa tendência se repete mais uma vez, com sete casos confirmados em Passo Fundo. Seis deles são autóctones (contraídos localmente) e um importado.
Os casos registrados estão concentrados nos bairros Vila Luíza, Santa Maria, Centro e Petrópolis, mas a infestação do mosquito está presente em todas as localidades do município. De acordo com a chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental em Saúde, Ivânia Silvestrin, as condições climáticas desta época do ano tornam propensa a proliferação do Aedes Aegypti:
— Em 2022, foram 36 casos positivos o ano todo, e agora já temos sete, então provavelmente teremos mais casos. Todo dia temos novas notificações.
As notificações acontecem quando o paciente procura atendimento de saúde com sintomas compatíveis com os de dengue. A partir disso, é realizada uma notificação compulsória, o paciente é testado e a vigilância realiza um trabalho de bloqueio de transmissão viral.
— O bloqueio é feito pela pulverização de inseticida no endereço que tem casos positivos de dengue e num raio de 150 a 300 metros adjacentes — diz Silvestrin.
Ela destaca, no entanto, que a pulverização só é realizada nos locais com casos notificados, já que a aplicação segue regulação do Ministério da Saúde.
Sintomas
O paciente tem em torno de 10 dias de sintomas, com febre alta, dor no corpo, dor no fundo dos olhos, manchas na pele, mal estar, vômito e diarreia.
A testagem é feita por coleta de sangue, no sétimo dia de sintomas. A partir de uma nova portaria do Estado, passaram a ser contabilizados também os casos testados em laboratórios particulares. Anteriormente, entravam na contagem somente as amostras positivas do Laboratório Central de Saúde Pública do Estado do Rio Grande do Sul (Lacen).
Trabalho de prevenção
Para evitar a transmissão, é imprescindível que seja barrada a reprodução do mosquito transmissor, que se dá por meio do depósito de ovos da fêmea em água parada.
— Nesse período de pouca chuva, a população tem guardado água em baldes, toneis, mas é importante proteger com tela fina para evitar que o mosquito se reproduza. E também pedimos que quem tiver sintomas, busque atendimento, para que possamos fazer esse rastreamento — acrescenta a chefe do núcleo.