No encerramento do penúltimo ano da gestão, o prefeito de Passo Fundo, Pedro Almeida, no cargo há três anos, faz um balanço das principais entregas e projeta o que deverá ser destaque em 2024.
Em entrevista concedida a GZH no seu gabinete, na tarde de quinta-feira (28), o gestor falou sobre obras em andamento na cidade, avaliou o enfrentamento às chuvas e evitou falar sobre as próximas eleições. Confira a conversa na íntegra a seguir.
Entrevista com Pedro Almeida
GZH: Como o senhor avalia o ano de 2023 na prefeitura?
Pedro Almeida: Neste ano, os projetos que colocamos na rua em 2022 começaram a aparecer efetivamente, nas obras. Entregamos o Centro de Esporte e Lazer Fredolino Chimango, iniciamos o Parque Linear da Avenida Brasil, estão em andamento as obras na Rua Scarpellini Ghezzi, reformas entregues no Hospital Municipal. Se você observar, Passo Fundo está um canteiro de obras.
GZH: Tivemos um segundo semestre prejudicado pelo excesso de chuvas. A prefeitura foi questionada pela ausência de um plano de contingência que, agora sabemos, está em preparação. Como a administração trabalha para conter esses danos e prejuízos?
Pedro Almeida: Esse foi um ano atípico. Tivemos impactos sim, mas a cidade está bem estruturada. Apesar dos pontos mais urgentes, agimos rapidamente. Nós investimos R$ 30 milhões em drenagem na cidade e isso foi fundamental. Projetamos o ano que vem com treinamento mais adequado para toda essa nova equipe da Defesa Civil, que conta com mais de 50 pessoas, entre prefeitura, bombeiros, reservistas do exército, unidades de saúde e equipes das obras.
Também vamos elaborar uma cartilha sobre o que cidadão comum deve fazer diante de uma situação como essa. Nosso maior problema são as famílias em ocupações, que fazem habitações em áreas de risco, por isso focamos em ações preventivas, como o desassoreamento de rios.
GZH: No tema das ocupações, Passo Fundo tem 196 áreas irregulares e famílias precisaram ser retiradas das áreas de risco depois do excesso de chuvas. Como a prefeitura responde ao déficit habitacional da cidade?
Pedro Almeida: Esse é um problema nacional, presente em todas as cidades do Brasil. O Reurb (Regularização Fundiária Urbana) é a forma que temos de enfrentar isso no município. Conseguimos agora lançar três novas regularizações em áreas consolidadas da cidade, que as pessoas moram há 30, 40 anos e que existe legislação possível para entregar o título do terreno a essas famílias.
Em Passo Fundo, a maior parte das ocupações estão em áreas particulares, do Estado ou da União, e nessas área nós não podemos intervir. O que nós precisamos é de um governo federal mais presente. Agora, ganhamos um edital do Minha Casa Minha Vida com aporte da União para 240 unidades habitacionais e é provável que a construção já inicie em 2024.
GZH: Em relação à área da Manitowoc, como está o andamento da questão, depois de tantos imbróglios? Tem prazo para o município lançar o edital de licitação para uso da área?
Pedro Almeida: Ainda não temos prazo. Acho que se resolveu uma etapa importante do processo. Desde o começo sempre respeitei a decisão do Ministério Público. Ainda tem tempo para recursos, mas quando a área for de fato devolvida ao município, temos interesse em lançar esse edital o quanto antes.
GZH: E sobre a licitação do transporte público, que estava prevista para dezembro de 2023?
Pedro Almeida: Essa previsão acabou não se consolidando. Esse é o maior e mais complexo processo licitatório da prefeitura, pois depende de muitas variáveis. Temos uma previsão que seja publicado em 2024, mas sem prazo.
GZH: No tema da Saúde, há reclamações sobre demora nos atendimentos, além do fato de Passo Fundo contar com um único veículo do Samu. Como resolver isso?
Pedro Almeida: Temos interesse em trazer o Samu avançado, uma unidade que possa ter um médico junto. Estamos em contato com a Secretaria Estadual da Saúde para ter esse sistema mais robusto. Mais do que os equipamentos, precisamos buscar mais equipes.
Entre março e abril de 2024, temos prevista a entrega de quatro novas unidades de saúde. As estruturas estarão nos bairros Petrópolis, São Cristóvão, Annes e Secchi. E o novo local da Petrópolis será uma super unidade, com duas ESFs (Estratégia Saúde da Família).
GZH: Para encerrarmos: o senhor pretende concorrer à reeleição?
Pedro Almeida: Estou muito focado nas entregas. Acho que ainda não é o momento de falar em eleições, de política. A partir de março teremos mais certeza do que vai acontecer.