Para o deputado Luciano Azevedo (PSD), que foi prefeito por duas gestões, de 2013 a 2020, o grande desafio para o próximo prefeito, que irá assumir em janeiro de 2025, é manter o nível da administração pública de Passo Fundo e o número de investimentos que a cidade recebe.
Luciano enfatiza que Passo Fundo está no caminho certo e cada vez mais se projeta como uma das cidades mais importantes do Rio Grande do Sul e do Brasil.
“Nós estamos entre as 40 cidades do Brasil melhores para se viver”, lembra, complementando que isso só está acontecendo porque a população faz a sua parte, mas também porque nos últimos 40 anos, desde 1982, de acordo com o deputado, Passo Fundo teve boas administrações, “com pessoas competentes, sérias, realizadoras como é a administração do prefeito Pedro agora. Então, o desafio do próximo prefeito é manter esse rumo para que a cidade continue sendo cada vez melhor.”
Diferenças nos mandatos
O primeiro mandato, segundo Luciano, foi para implantar na cidade um novo modelo de gestão baseado em metas, índices, prazos e cobranças muito fortes de resultados de uma equipe formada basicamente por qualificação técnica.
“Foi uma grande novidade para Passo Fundo naquele momento. Uma equipe escolhida não por critérios políticos, mas sim por critérios técnicos”, lembra.
Esta equipe, explica ele, durante boa parte do primeiro mandato construiu projetos que ao longo dos anos foram entregues para a comunidade. “No segundo mandato, foi entregue tudo aquilo que havia sido planejado e pactuado com a comunidade de Passo Fundo”, destaca.
Governo de coalizão
Sobre ter governado com vices de ideologias completamente diferentes, com Juliano Roso, do PCdoB no primeiro mandato e João Pedro Nunes (MDB), no segundo, Luciano acredita que o posicionamento político do vice-prefeito não trouxe grande mudança na gestão.
“Nós sempre fizemos um governo de centro, um governo amplo com uma coalizão grande de partidos, mesmo com extremos ideológicos”. De acordo com Luciano, foram governos de menos discussão ideológica e mais entregas para a comunidade. “O foco não era na ideologia, mas no resultado final que era a entrega dos serviços e obras.”
Ainda segundo o deputado, a coalizão não só é recomendada, mas necessária para que se possa governar. “Nós tivemos em ambos os governos, mais ainda no segundo, uma coalizão bastante ampla, até porque hoje não há um partido hegemônico, os próprios partidos estão muito descaracterizados. Nós principalmente fizemos uma aliança com as pessoas e com a população de Passo Fundo.”
Reeleição
Como prefeito que foi reeleito, Luciano defende um mandato de seis anos, uma vez que, segundo ele, nos primeiros dois anos de governo é necessário ajustar a máquina administrativa à visão daqueles que estão entrando, fazer projetos e adaptar orçamento.
“Na verdade, metade do primeiro mandato acaba sendo consumido nesta reacomodação, o que é natural”, afirma, destacando que quatro anos são insuficientes para que um governo possa deixar uma “obra administrativa concreta”.
Diante disso, ele defende a reeleição, para permitir que governos aprovados pela comunidade possam ser reconduzidos e garantir a continuidade. “A decisão é do povo. Quem está mal, sai, e quem é aprovado, continua. Esta é a ideia da reeleição”.
Marcas do governo
Como todo governo deixa a sua marca ou pelo menos se esforça para isso, o ex-prefeito afirma que a principal marca da sua gestão foi devolver muitos espaços públicos para a população de Passo Fundo.
“Nós fizemos as primeiras ciclovias da história da cidade. Nós recuperamos completamente o Parque da Gare. Fizemos o parque linear do Sétimo Céu que transformou completamente o bairro Petrópolis”, cita acrescentando o Parque Ambiental da Vergueiro, a recuperação da avenida Brasil, com ciclovia, iluminação e pista de caminhada, entre outras obras. Portanto, para Luciano, o seu governo teve como principal marca a recuperação dos espaços públicos, “mas não se limitando a isso”.
Lembra que fez o maior número de escolas da história da cidade, com a entrega de uniformes escolares para todas as crianças das escolas municipais, “o que há 10 anos foi uma grande novidade”.
Também na área da educação, lembra de uma decisão que causou grande polêmica na época que foi a retirada do dinheiro para o Carnaval de Rua para comprar aparelhos de ar-condicionado para as escolas. “Eu diria que foi um governo inovador, onde fizemos muito, mas, é claro, não fizemos tudo”, conclui.