Por Nadja Hartmann, jornalista
Possibilidade de greve
Após quatro rodadas de negociação, Executivo e servidores, representados pelo Simpasso, chegaram a um consenso sobre o dissídio da categoria. A proposta de 7,1% mais 12% no vale-alimentação ficou abaixo do reivindicado, mas sem dúvida representa um avanço importante comparado a proposta inicial de 5,6% parcelado em três vezes. Porém, para os professores, representa a metade do índice de 14% reivindicado, o que levou a rejeição da proposta durante assembleia na manhã desta quinta-feira. Uma nova assembleia deve ser feita no início da semana para avaliar a possibilidade de greve da categoria. Aliás, cada assembleia dos professores vem sendo uma grande demonstração de força do CMP junto à categoria...
Corda esticada
Com a rejeição dos professores, segue o impasse...Segundo o Executivo, a “corda foi esticada ao máximo”. A justificativa é que apesar do superávit de R$100 milhões em 2022, há outros aspectos que impedem um crescimento substancial da folha. O principal deles é a Lei de Responsabilidade Fiscal, que determina um teto de 54% de gasto da receita corrente líquida com pessoal. Porém, a margem segura orientada pelo Tribunal de Contas é de 48%. Hoje, segundo dados da Prefeitura, o índice está em 46%, bem abaixo dos 55% de 2013, quando, inclusive houve um apontamento do TCU. Porém, cada 1% de reajuste representa cerca de R$1milhão a mais na folha de pagamento. Outro argumento da Prefeitura é a necessidade de concurso público, já que há uma defasagem de mais de 700 servidores, o que automaticamente irá representar um aumento no valor da folha.
CPI
Dos quatro deputados que representam a região na Câmara dos Deputados, dois já se posicionaram contrários à abertura da CPI para apurar os atos de 08 de janeiro – Márcio Biolchi (MDB) e Reginete Bispo (PT), um à favor – Giovani Cherini – e um permanece indeciso – Luciano Azevedo (PSD). Em conversa com esta coluna, o deputado Márcio Biolchi justificou a sua decisão por entender que a abertura de uma CPI agora, no início de uma nova legislatura, irá trazer grande prejuízo a implementação de uma agenda propositiva no Congresso. “Impor à uma legislatura, que assumiu há menos de 60 dias, este viés conflitante é jogar fora a oportunidade que temos neste início de mandato de fazer o tema de casa, como por exemplo, votar as reformas tributária e administrativa e efetivamente fazer as mudanças que o país precisa. Apesar da gravidade do que aconteceu em 08 de janeiro, o que temos que fazer agora é olhar para a frente”, argumenta o deputado.
Reindustrialização
Após um imbróglio judicial que se arrasta desde 2016, foi recebido com entusiasmo o anúncio feito pelo vereador Rodinei Candeia (Republicanos) na última sessão da Câmara, de que o empresário Antônio Roso, através da PAR Participações, adquiriu a empresa Manitowoc, e que irá reativar a empresa. De acordo com o vereador, que vem acompanhando o processo, o empresário adquiriu a pessoa jurídica da Manitowoc, ou seja, o CNPJ, porém a reativação da empresa depende de um acordo e de uma alteração na Lei de Desenvolvimento Econômico, que permite incentivos do Executivo a empresas desativadas que queiram reabrir. O projeto já está na Câmara e a expectativa é que seja aprovado por unanimidade. Segundo o vereador, a reativação da empresa deve representar uma nova era de reindustrialização em Passo Fundo.