Por Julcemar Bruno Zilli, economista
O Comitê de Política Monetária (Copom), responsável por estabelecer a taxa básica de juros no Brasil, também conhecida como Selic, definirá nesta quarta-feira (22/03/2023) pela alteração ou manutenção no patamar de 13,75%a.a. Essa taxa é uma ferramenta importante para controlar a inflação, que é um problema crônico na economia brasileira. A decisão de manter a taxa de juros Selic no mesmo patamar é uma medida importante para conter o potencial aumento da inflação no país.
Antes de entender como a taxa de juros afeta a inflação, é importante compreender o que é inflação e como ela funciona. A inflação é o aumento generalizado dos preços dos bens e serviços em uma economia. Quando a inflação está alta, o poder de compra da população diminui, já que os salários não acompanham o aumento dos preços. Além disso, a inflação pode afetar negativamente a economia de um país, gerando desequilíbrios e incertezas que prejudicam o crescimento econômico.
Já a taxa de juros Selic é a referência para todas as outras taxas de juros na economia brasileira. Quando o Copom aumenta a Selic, isso torna o crédito mais caro e desestimula o consumo e o investimento. Com menos dinheiro circulando na economia, a inflação tende a cair. Por outro lado, quando o Copom reduz a Selic, isso torna o crédito mais barato e estimula o consumo e o investimento. Com mais dinheiro circulando na economia, a inflação tende a subir.
Atualmente, a expectativa de entrada de mais recursos provenientes dos programas sociais, defendidos pelo Governo, assim como os desequilíbrios fiscais estabelecidos nos últimos meses, deixa o mercado inseguro e com pressão sobre os preços da economia. Isso tem se comprovado pelas revisões semanais para cima feitas pelo Banco Central na sua divulgação do Boletim Focus.
Estamos falando de duas variáveis extremamente importantes para a Economia e o cuidado precisa ser redobrado, principalmente, com a inflação para não colocarmos o País em uma situação de inflação fora de controle, que levaria a desvalorização do real e perda da capacidade de compra dos consumidores.
Manter a taxa de juros Selic no mesmo patamar pode ajudar a evitar a apreciação excessiva da moeda brasileira. Quando os juros no Brasil estão altos em relação aos juros internacionais, isso torna a moeda brasileira mais atraente para os investidores estrangeiros, o que pode levar a uma valorização excessiva da moeda. Isso pode prejudicar as exportações brasileiras e afetar negativamente a balança comercial.
Portanto, a taxa de juros não pode ser reduzida no grito, e sim, precisa de muita análise e acompanhamento do mercado para sabermos o “momento mais apropriado” para iniciar o processo de redução dos juros e a volta do crescimento e desenvolvimento econômico do Brasil. Logo, a expectativa é pela manutenção da Selic em 13,75%a.a.