Por Nadja Hartmann, jornalista
Avanço
Após os servidores e professores decretarem estado de greve, houve avanços na reunião de negociação desta terça-feira. A proposta apresentada pelo Executivo que antes era de 6,1% chegou a 6,6% e mais 10% no vale-alimentação, já a partir deste mês. O índice continua muito aquém das reivindicações das categorias, mas o Executivo demonstrou flexibilidade para atender outros pontos da pauta, o que ainda depende do aval do prefeito e da aprovação em Assembleia, marcada para esta quarta-feira.
Silêncio
A sessão da Câmara de Vereadores de segunda-feira nem de longe refletia o que acontecia a poucos metros do plenário, em frente à Prefeitura. Não se pode dizer que os mais de 300 professores que participavam de uma assembleia no mesmo horário da sessão foram totalmente ignorados, só porque pelo menos eles foram citados por dois vereadores: Regina Costa (PDT) e Rodinei Candeia (Republicanos), não por coincidência, ambos da oposição. Porém, em algum momento, os vereadores da base vão ter que se posicionar, mantendo a fidelidade ao Executivo e arcando com o desgaste eleitoral junto à categoria e servidores ou abandonando o Executivo e jogando para a torcida, o que aliás não seria a primeira vez...Só o que não se admite é o silêncio e a omissão...
Concurso
E finalizada a negociação do Executivo com os servidores, será a vez dos funcionários do Legislativo negociarem seu reajuste. Uma reunião marcada para esta quarta-feira deve começar a tratar do assunto. Não resta dúvida que são poderes autônomos, mas é inegável que a negociação do Executivo deve exercer alguma influência na negociação que vai acontecer do outro lado da rua...E a Câmara divulgou nesta terça-feira, o edital do Concurso para seleção de duas vagas para Assessor de Comunicação Social, quatro vagas para Escriturários que irão atuar junto às Comissões e ainda cadastro reserva para o cargo de motorista.
Cobranças
A Audiência Pública realizada, nessa segunda-feira, para discutir duas proposições de mudanças no Plano Diretor, se transformou em um palco de reivindicações e cobranças por parte de representantes de ocupações e movimentos de luta por moradia de Passo Fundo. Em alguns momentos, inclusive, os ânimos ficaram mais acirrados e vereadores foram vaiados após suas manifestações, o que exigiu pulso firme do vereador Wilson Lill (PSB), que conduzia a audiência. Lideranças dos movimentos cobraram os vereadores da base pela ausência de programas habitacionais no município, que desde 2012 não investe em novas moradias populares. Já o diretor do GESP, Paulo Cornélio, pediu vistas dos dois projetos e ainda cobrou do Executivo, uma valorização maior do Conselho Municipal do Meio Ambiente. Ambos projetos seguem tramitando na Casa.
Devolução
Em menos de 15 dias de mandato, o deputado Luciano Azevedo (PSD) já protocolou o seu segundo projeto, e ao que tudo indica o seu trabalho em Brasília manterá uma linha semelhante ao seu trabalho na Assembleia Legislativa, quando elegeu como uma de suas bandeiras, o combate ao desperdício do dinheiro público. No projeto protocolado essa semana, Luciano propõe alterar a lei 9.504, de 1997, para definir a devolução de recursos públicos recebidos em campanha eleitoral nos casos de renúncia de candidatura sem impedimento legal. Segundo o deputado, “a motivação do projeto se dá pelas campanhas eleitorais recentes, quando candidatos utilizaram-se de recursos públicos, renunciaram à disputa na reta final para apoiar outro candidato, distorcendo completamente as regras do sistema eleitoral”. Como exemplo, Luciano cita o caso da comandante Nádia (PP), que desistiu da disputa ao Senado pelo RS, faltando três dias para as eleições, abrindo apoio à Hamilton Mourão. Segundo o TSE, os gastos da campanha da candidata desistente chegaram a 4 milhões de reais.