Por Julcemar Zilli, economista
A recente inoperância do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, revelou uma necessidade crítica: investimentos estratégicos no Aeroporto Lauro Kortz, em Passo Fundo. Como o segundo aeroporto mais movimentado do Rio Grande do Sul, Passo Fundo se apresenta como uma alternativa viável e estratégica para atender às demandas emergenciais de voos, tanto para o transporte de passageiros quanto para o recebimento de alimentos e donativos.
A alocação de recursos federais para essa infraestrutura é, portanto, uma prioridade que pode trazer inúmeros benefícios econômicos e logísticos. Foi pensando nisso que o poder público municipal enviou documento ao Ministério de Portos e Aeroportos solicitando melhorias emergenciais para atender as demandas geradas pela interrupção na operação do Salgado Filho, pelos donativos que estão chegando e saindo de Passo Fundo e pela quantidade crescente de passageiros utilizando o modal aéreo.
Mais investimentos no Aeroporto Lauro Kortz trará retornos significativos para a economia regional, estadual e nacional. Primeiramente, a modernização e expansão da infraestrutura aeroportuária impulsionariam a criação de empregos diretos e indiretos, estimulando os setores econômicos e gerando renda para a população. Além disso, um aeroporto mais eficiente atrairia novos negócios e investimentos, especialmente em setores que dependem de logística ágil e confiável.
O aumento no fluxo de passageiros e cargas não só beneficiaria o comércio local, com maior demanda para hotéis, restaurantes e serviços de transporte, mas também promoveria Passo Fundo como um polo econômico. Empresas que necessitam de uma infraestrutura robusta para suas operações veriam Passo Fundo como um local estratégico para suas instalações, diversificando e fortalecendo a economia local.
Benefícios logísticos
A localização estratégica de Passo Fundo é um ponto chave. Situado a uma distância razoável das principais cidades do estado, o Aeroporto Lauro Kortz pode funcionar como um hub logístico eficiente. Com a inoperância temporária ou prolongada do Aeroporto Salgado Filho, Passo Fundo pode receber uma maior quantidade de voos, garantindo que os fluxos de mercadorias e pessoas não sejam interrompidos.
A capacidade de receber e distribuir alimentos e donativos durante as inundações é outra vantagem significativa. Em emergências, como a que estamos passando, um aeroporto bem equipado e funcional pode assegurar que as necessidades básicas da população sejam atendidas rapidamente, evitando desabastecimento e minimizando o impacto social das interrupções.
Segurança e eficiência operacional
A modernização dos equipamentos e a ampliação dos horários de funcionamento do Aeroporto Lauro Kurtz são cruciais para elevar a segurança operacional. Equipamentos de última geração aumentam a precisão e a confiabilidade das operações aeroportuárias, reduzindo o risco de acidentes e melhorando a eficiência dos processos de decolagem e aterrissagem. A extensão dos horários de funcionamento permite mais voos, aliviando a pressão sobre o Aeroporto Salgado Filho e garantindo um fluxo contínuo de operações.
A demanda por voos no Rio Grande do Sul está em constante crescimento. A inoperância do principal aeroporto do estado demonstra a necessidade urgente de alternativas robustas e confiáveis. O Aeroporto Lauro Kortz, com os investimentos adequados, pode absorver uma parte significativa desse fluxo, garantindo a conectividade necessária para o desenvolvimento econômico e social da região.
Portanto, investir emergencialmente no Aeroporto Lauro Kurtz pode ser uma estratégia que o governo federal deve priorizar para desafogar a demanda reprimida pelas inundações do Salgado Filho. Os benefícios econômicos, logísticos e operacionais são substanciais.
Com a modernização e ampliação adequadas, o Aeroporto Lauro Kortz não só atenderá às demandas emergenciais causadas pela inoperância do Aeroporto Salgado Filho, mas também se consolidará como um pilar essencial na infraestrutura aeroportuária do Rio Grande do Sul. Esse investimento é um passo importante para garantir que o estado continue conectado, resiliente e pronto para enfrentar qualquer desafio logístico.
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