A manhã desta quinta-feira (6) foi marcada pelo retorno de 15 animais silvestres ao seu habitat natural, no norte do RS. A equipe de GZH Passo Fundo acompanhou o momento em que uma gata-maracajá, um furão, uma seriema, três cardeais e nove azulões foram devolvidos à natureza em ação comemorativa da Semana do Meio Ambiente.
As espécies foram resgatadas pelo 3° Batalhão Ambiental da Brigada Militar (BABM) em diferentes cidades da Região Norte e passaram por um período de reabilitação no Hospital Veterinário da Universidade de Passo Fundo (UPF). A gata-maracajá, por exemplo, foi encontrada machucada perto de uma estrada em 26 de abril, após os policiais terem sido acionador por um morador de Muliterno.
Ameaçada de extinção, a felina apresentava um trauma na cabeça, mas nada grave conforme informaram os veterinários. O tratamento foi a base de medicamentos e cuidados clínicos.
— Quando um animal silvestre chega ao atendimento veterinário e permite a captura, é porque realmente está muito debilitado. Muitas vezes eles são atropelados ou têm alguma interação humana, seja carro, balístico ou até agressão física mesmo, questão de maus-tratos — explica a médica veterinária e professora da UPF, Michelli Ataíde.
Já os pássaros, em sua grande maioria, foram resgatados de cativeiros ilegais e sem autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), após terem sido retirados da natureza por criadores. As aves eram mantidas em gaiolas.
— Eles acabam passando por várias triagens, muitos não resistem, e aqueles que a gente consegue reabilitar, a gente tem essa feliz oportunidade de devolver à natureza — resume a veterinária, que também é Coordenadora do Grupo de Estudos de Animais Silvestres da UPF.
Por dia, são atendidos pelo menos 20 animais silvestres no Hospital Veterinário da UPF, sendo a maioria aves resgatadas em criadouros ilegais. De acordo com a lei n° 9.605/98, a pena para esse crime ambiental é de detenção de seis meses a um ano, além de multa.
A pedido dos veterinários, a reportagem de GZH Passo Fundo não irá divulgar a localização da floresta onde os animais foram soltos. O objetivo é evitar que eles sejam encontrados por caçadores.