Famílias que tiveram as casas condenadas pela enchente serão realocadas em Espumoso, no norte do RS. No começo de maio, pelo menos 400 residências foram afetadas no município de 15,1 mil habitantes. Até o momento 19 famílias estão em alugueis sociais custeados pela prefeitura.
Nesta segunda-feira (10), o poder público começou a fazer vistorias em 30 residências afetadas pela cheia do Rio Jacuí e Arroio Tigreiro. O objetivo é examinar as condições dos imóveis e, se houver necessidade de condenar o imóvel, a casa será interditada pela Defesa Civil. Nesse caso, a prefeitura pagará o aluguel social até a realocação definitiva.
O processo é liderado por uma comissão que reúne a Defesa Civil municipal, um engenheiro civil e Secretaria de Assistência Social.
As vistorias acontecem em casas dos bairros Martini, Franciosi, São Sebastião, São Jorge, Paraíso, Centro e Santa Júlia, invadidas pelo Rio Jacuí, que ficou 5,50 metros acima do nível usual. Outro bairro afetado foi o União, após o aumento de 4 metros do Arroio Tigreiro.
As famílias devem ser realocadas em terrenos cedidos pela própria prefeitura, preferencialmente nos mesmos bairros de origem, disse o coordenador da Defesa Civil municipal, César Vinchiguerra:
— As pessoas possuem vínculos e raízes em suas localidades e não queremos interferir nesses laços. O objetivo é realocá-las para uma região mais segura na localidade. O município tem alguns terrenos onde pretendemos construir condomínios e edifícios para abrigar essas pessoas. Outra opção seria realocar no novo loteamento que a prefeitura está fazendo no bairro São Valentim.
Cidade pede ajuda do governo federal
O projeto para a realocação será apresentado ao governo federal, que deverá custear a execução das obras com contrapartida do município. Na última semana, o prefeito de Espumoso, Douglas Fontana (PDT), apresentou um pré-projeto em Brasília (DF).
— Ainda não obtivemos resposta. O próximo passo é formalizar o pedido. Caso o recurso não seja possível, o município assumirá a responsabilidade para executar da obra, pois não há outro caminho — completou Vinchiguerra.
O poder público de Espumoso prevê a necessidade de R$ 5,6 milhões em investimento na cidade para atender aos danos, incluindo a reconstrução de casas, pontes, galerias e estradas do interior. No município, boa parte dos 2 mil quilômetros de estrada de chão foram danificados pelo excesso de água.