A empresa contratada para reformar trechos das estradas rurais de Passo Fundo, no norte gaúcho, deve ser anunciada em 2 de julho através de concorrência eletrônica no site da prefeitura. O escolhido ficará responsável por executar obras de pavimentação, reparos em 25 pontos críticos e pela construção de nove pontes.
Os problemas nas estradas rurais da cidade vêm desde a chuva de setembro de 2023. À época, oito famílias chegaram a ficar ilhadas por quase um mês no distrito de Santo Antônio do Capinzal por conta de atoleiros nas vias. Produtores rurais também são afetados, com caminhões e tratores atolados em dias de tempo instável. Por conta dos meses de problema, a prefeitura lançou em abril um pacotão de obras, com custo de R$ 21 milhões.
O prazo de execução da obra é de 12 meses, a contar da ordem de serviço. Ao todo, serão asfaltados 11 quilômetros. As intervenções ocorrerão na localidade do Primeiro Distrito e nos distritos de Bela Vista, Pulador, Bom Recreio, Sede Independência, Santo Antônio do Capinzal e São Roque.
— Também foram definidas algumas das comunidades que receberão asfalto para melhorar a qualidade de acesso à escola, como na Vila Rosso e Capinzal. A ideia é começar ainda este ano e ir até a metade do ano que vem, num contrato de 12 meses — disse o secretário de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Cristiam Thams.
Produtores acumulam problemas
Em dias de chuva, as estradas de terra do interior prejudicam a rotina no campo. Desde o transporte escolar ou do leite até as máquinas para plantio, aviário, rações e deslocamento dos moradores esbarram em dificuldades por causa de pontos intransitáveis.
No distrito de Santo Antônio do Capinzal, o proprietário de uma granja de aves, André Balla, coleciona casos em que caminhões atolaram na estrada. Ele conta que a mão de obra para retirá-los da terra acaba prejudicando ainda mais o solo, o que faz com o que o problema se repita.
— Hoje o tempo feio prejudica completamente a nossa vida no agro. Precisamos que os caminhões passem para trazer de ração, pintinhos e buscar os frangos. E tem valetas, buracos e sarjetas trancadas que dificultam a passagem de caminhões, e foi ficando cada vez mais difícil. Essa semana provavelmente o caminhão vai atolar e teremos que chamar vizinhos para ajudar. A partir do momento que atola, para gente tirar ele do lugar acaba com o resto da estrada, piorando mais ainda a situação — relata.
Em Pulador, o também produtor de frangos Mario Piccinini enfrenta situação parecida. A equipe já precisou trabalhar durante a madrugada para ajudar a desatolar um caminhão que foi tomado pela terra. Para ele, uma melhor solução seria realizar o empedramento em toda a estrada:
— Atravessamos períodos muito ruins, que tivemos que trabalhar de madrugada para tirar os caminhões cheios de frangos. Pedimos um empedramento que permita o tráfego com qualquer tempo e a qualquer hora. Seria uma boa solução se a obra se não fosse apenas em alguns pontos, mas em toda a sua continuidade, acho que é o que resolveria — opinou.