Em reunião realizada na quarta-feira (22), a prefeitura de Passo Fundo apresentou uma proposta para realocar as famílias que tiveram as residências interditadas após o deslizamento de terra, no bairro Manoel Portela em Passo Fundo. A nova área fica no bairro Donária e os moradores devem visitar o espaço na próxima sexta-feira (24) para decidir se aceitam ser realocados.
Ao todo, 25 residências foram interditadas após um deslizamento ocorrido no último sábado (18), em Passo Fundo. Antes, eram 12 casas. Os dados foram atualizados na quarta-feira (22) pela prefeitura. Segundo a Defesa Civil do município, as casas ficam em local irregular.
— A prefeitura quer realocar as famílias do Manoel Portela para um local seguro e juridicamente legal para que recebam as escrituras no futuro. A área na Donária tem infraestrutura, asfalto, parada de ônibus, escola e unidade de saúde. É a melhor opção que encontramos no momento — disse o procurador do município, Adolfo de Freitas.
Morador da região há 18 anos, Telmo Roberto Mello Guedes, 54 anos, não concorda com o posicionamento da prefeitura. Segundo ele, os moradores pedem para que seja construído um talude no Bairro Manoel Portela para que possam ficar no local.
— Isso seria o ideal (talude) para proteger a área. Este local no bairro Donária é muito longe, fica inviável. Eu criei minha vida aqui. Criei meus filhos, minha família, minha vida está aqui. Tem sido muito difícil, eu mal consigo dormir — disse o soldador que está na casa de um filho desde sábado.
As famílias estão alojadas em casas de familiares ou amigos e foram notificadas sobre a situação. Um mapeamento socioeconômico está sendo feito para avaliar as necessidades de cada uma delas.
Como vai funcionar o realocamento
Na próxima sexta-feira (24), a prefeitura irá com os moradores interessados até o bairro Donária para que eles conheçam a área e, assim, possam decidir se aceitam, ou não, o realocamento.
Cada morador terá uma área de pelo menos 125 metros quadrados onde podem ser construídas moradias de até dois andares. O município deve arcar com o aterramento do terreno e a compra de materiais.
Quanto ao talude solicitado pelos moradores, o município alega que seria uma obra complexa e orçada em pelo menos R$ 10 milhões, o que no momento seria inviável.