Com monumentos presentes em quase todos os bairros da cidade, Passo Fundo tem parte da sua história costurada ao cenário urbano. Apesar disso, somente cinco dessas estruturas são tombadas, ou seja, reconhecidos por lei como patrimônios históricos municipais.
O tombamento impede que as estruturas sejam modificadas, a não ser com o objetivo de preservar sua arquitetura ou restaurar seu aspecto original.
O primeiro tombamento aconteceu em 1957 e os últimos em 2012. De acordo com a arquiteta e urbanista Marielen Colpani, responsável pelo planejamento urbano e pela área de patrimônio histórico do município, a pasta está em fase de atualização do inventário da cidade e logo será revisada a existência de monumentos que tenham grande relevância histórica.
— Os monumentos, são importantes heranças, porque compõem a identidade cultural e histórica, base sobre a qual se construiu a cidade de Passo fundo. Através disso ajudamos a manter a história viva, além de ser fonte de referência para futuras gerações — disse a arquiteta.
Túmulo de Fagundes dos Reis
Em 1957, durante as comemorações do centenário da emancipação política de Passo Fundo, o município homenageou as figuras locais de importância histórica. Dentre elas, o capitão Joaquim Fagundes dos Reis, considerado o fundador de Passo Fundo.
Ele chegou ao município em 1830 como capitão da Guarda Nacional, para ocupar o cargo de Inspetor do Quarteirão, sendo designado ao cargo de Juiz de Paz em 1834.
Fagundes dos Reis teve papel na instalação da Capela de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, além de desempenhar outras funções na administração municipal, como a de vereador.
Ele morreu em 1863 e foi sepultado na entrada de sua fazenda, local em que permanece seu túmulo até os dias de hoje, na BR-285, entre Passo Fundo e Mato Castelhano. No mesmo ano das comemorações do centenário, sua sepultura foi tombada como patrimônio histórico.
Bebedouro
Localizado na esquina das ruas Bento Gonçalves e General Canabarro, no centro, o Bebedouro servia como lugar de descanso e hidratação para os cavalos que acompanhavam os tropeiros em suas jornadas em Passo Fundo. Virou patrimônio histórico tombado em 1995.
Uma curiosidade é que o bairro Boqueirão também possui um bebedouro semelhante, na Avenida Brasil, mas este não passou por tombamento.
Caixa d'água
A Caixa d'água, construída em concreto e estrutura metálica, foi inaugurada em 1927. A estrutura servia para suprir o consumo de água na ferrovia. Foi tombada definitivamente em 20 de janeiro de 2012, juntamente com a Ruína, conforme Decretos n° 21/2012 e 20/2012, respectivamente.
Ruína
A Ruína da Avenida Sete de Setembro constitui um monumento em alvenaria de tijolos que fazia parte das edificações técnicas do complexo ferroviário de Passo Fundo. Originalmente, a ruína servia como depósito de carvão dos trens.
Ao ser incorporado ao projeto do Parque da Gare, ganhou importância paisagística fazendo referência ao porte original do complexo ferroviário da cidade, que não se resumia apenas à estação. Por meio do Decreto nº 20/2012, a Ruína foi tombada definitivamente como patrimônio histórico e cultural do município.
Muro da Gare
Construído na década de 1920, o muro da estação férrea delimita o espaço do pátio da estação, local onde os carros deixavam os passageiros para embarque nos trens. Possui dois portões, um para entrada e outro para saída de veículos.
Entre os acessos, uma seção do muro indica as iniciais VFGRS (Viação Férrea do Rio Grande do Sul). A estrutura foi tombada como patrimônio histórico municipal em 1995 e oficializada em 2022, por meio de decreto.