Quatro meses após ser inaugurada em Passo Fundo, a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) avança em mais uma importante etapa, a contratação de quatro funcionários que vão trabalhar na sede do projeto. Eles serão monitores de 20 detentos, chamados no espaço de recuperandos. Para isso, a Associação recebeu o repasse de R$ 187 mil nessa segunda-feira (3).
O repasse dos recursos era aguardado pela direção da entidade desde o dia 1º de março, data em que houve a inauguração do prédio. Até o fim desta semana um edital deve ser publicado com as orientações e as exigências mínimas para os candidatos interessados. Segundo a Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo do Rio Grande do Sul, até o fim do ano haverá um novo depósito no valor de R$ 224 mil reais. A mesma quantia deve ser transferida no primeiro e segundo semestre de 2024.
O método Apac existe há mais de 50 anos e é uma alternativa ao cumprimento da pena fora do sistema tradicional. Para participar é preciso ter bom comportamento e tempo de pena a ser cumprido, nesse caso mais de um ano em regime fechado. Todos os recuperandos precisam seguir uma rotina de atividades, que vai do horário para café da manhã, trabalho na horta, leitura e momento de espiritualidade.
Em um primeiro momento 20 detentos serão selecionados no presídio regional de Passo Fundo. Equipes técnicas e psicólogos fazem a triagem. Se tudo seguir o cronograma, a previsão é de que o serviço comece a funcionar a partir da metade de agosto, conforme explicou Vinicius Toazza, diretora da Apac Passo Fundo.
— Após o processo, os internos e os monitores passaram por uma ambientalização na Apac de Porto Alegre para entenderem o projeto, como funcionam as coisas. É uma questão de adaptação ao método. Os recuperandos ficarão 30 dias e os agentes 15 — finaliza Vinicius.
A Apac de Passo Fundo é a terceira a ser instalada no estado. Além da cidade, o projeto também existe em Porto Alegre e Pelotas. Segundo dados dos idealizadores, nos 50 anos de existência do projeto no Brasil, cerca de 95% dos detentos que passam pela Associação não voltam a cometer crimes.
GZH Passo Fundo
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