Projeto idealizado em 2018, a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) de Passo Fundo, a terceira do Estado, começa a funcionar nesta quarta-feira (1º). Com capacidade de 120 vagas, o local possibilitará que pessoas privadas de liberdade cumpram pena em ambiente disposto à ressocialização, com acesso a profissionalização, educação, terapia, saúde e religião.
Inicialmente, 20 detentos do Presídio Regional de Passo Fundo serão abrigados na Apac. A expectativa, segundo o diretor e presidente Vinícius Toazza, é de que, conforme novas áreas tenham as obras entregues, o prédio possa funcionar em sua totalidade de ocupação.
— Ainda nos faltam duas obras, para termos um refeitório maior e os alojamentos, mas que dependem do repasse de recursos. Nós almejamos terminar até o final do ano, mas dependemos deste repasse — explica.
Como funcionará
O prédio é dividido em cinco módulos, com setores administrativos, centro de integração social, alojamentos, biblioteca, salas para terapia e consultórios médicos e odontológicos. Na estrutura física, há métodos para evitar fugas, porém, a custódia é feita de maneira diferente, com voluntários e funcionários contratados, ao contrário de agentes penitenciários.
O modelo equilibra alta disciplina e apoio ao recuperando. Todos se revezam na limpeza e na alimentação do local, além de ter horário para despertar e para dormir: às 6h e às 22h, respectivamente.
— Todos acordarão no mesmo horário e deverão estar com a higiene pronta às 7h. Após, irão para os atos socializadores da manhã, que contam com espiritualidade. Será um momento de reflexão, pensar em seus objetivos e na família — informa o presidente da Apac Passo Fundo.
Para as atividades diárias, haverá salas de trabalho, como marcenaria, plantio e costura. A Apac também terá porcos, galinhas e gansos sob os cuidados dos apenados. Dois médicos veterinários voluntários ministrarão cursos de auxiliar de veterinária (para animais de grande porte) e de petshop (para os de pequeno porte).
— Tudo isto garante o êxito de ressocialização, eles ficam envolvidos, e a família é muito importante. Vamos trabalhar para recuperar o vínculo. E para aqueles que não tiverem família, teremos a figura do padrinho, que é voluntário que acompanha o recuperando e faz as visitas — destaca Toazza.
Os familiares devem visitar o local semanalmente e têm permissão para passar o dia no local. Oito igrejas, de diferentes doutrinas, também auxiliarão no processo.
A Apac
O projeto Apac existe no Brasil há 50 anos e, segundo dados dos idealizadores, cerca de 95% dos detentos que passam pelo projeto não voltam a cometer crimes.
Em Passo Fundo, fica localizada na BR-285, número 1210, no bairro São José.
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