Diversas iniciativas públicas e privadas visam a melhoria dos trevos de acesso a Passo Fundo para qualificar a segurança e o fluxo de veículos nos trevos da maior cidade do norte gaúcho, com 206 mil habitantes. A demanda, que é antiga no caso de alguns trevos, aumentou a partir do crescimento da cidade e dos setores da economia local nos últimos anos.
Entre os trevos prioritários, de acordo com a secretaria de Desenvolvimento Econômico de Passo Fundo, estão o trevo da Caravela, no bairro Boqueirão, que faz ligação com a RS-153, na saída para Soledade e região metropolitana, além de ligação com a RS-324, a Perimetral Sul, que liga à serra gaúcha.
Outro trevo prioritário, segundo a pasta, é o do bairro Santa Marta, no entroncamento da RS-324, a Perimetral Sul, com a Avenida João Catapan. Com ordem de serviço assinada no fim de 2022 com a empresa vencedora da licitação, os dois trevos estão em fase de elaboração de projeto e devem ser entregues até dezembro de 2023. O investimento dos dois projetos é de R$ 1,3 milhão.
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Diorges Oliveira, a indicação da empresa é que possivelmente apresente projetos com elevada para os dois trechos. Conforme informações do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), o volume de veículos no trevo da Caravela é de 12 mil veículos por dia, enquanto são 10 mil veículos que transitam pelo trevo do bairro Santa Marta.
— Nós já fizemos duas reuniões com a Ecoplan (empresa responsável pelo projeto), onde eles estão retirando dúvidas. Já fizeram contagem de veículos e vão nos apresentar os dois projetos. A indicação é que os trechos precisem de elevada. Não é suficiente fazer vias laterais para escoamento do fluxo de veículos e caminhões — afirma.
Outro trevo também considerado prioritário é o do Distrito Industrial Paulo Rossato, na RS-324, nas proximidades das empresas Gran Palazzo e Ambev. Este caso é diferente, segundo Oliveira, visto que o projeto foi realizado pela iniciativa privada. Um grupo de empresários elaborou o projeto e entregou ao Daer no início deste ano.
— Ele foi doado no início deste ano, pelos empresários, para que o Daer faça os devidos apontamentos e valide o projeto. Nosso objetivo, posteriormente, é que esse projeto seja incluído junto aos projetos futuros dos trevos da Santa Marta e da Caravela para que inicie o processo licitatório dos três. Com isso, vamos conversar com o governo estadual e ver a resolução deste processo, com a colocação de recursos estaduais — explica o secretário.
No trevo do distrito industrial não seria necessária a implantação de elevada, segundo Diorges. Apenas pistas laterais e uma rótula adequada seria suficiente para o escoamento do fluxo de veículos e caminhões.
Crescimento da cidade reflete em melhorias de infraestrutura
Entre as dez maiores cidades do Estado, segundo o Censo do IBGE de 2022, Passo Fundo possui forte atração econômica por ser um polo de saúde, educação e serviços, além de setores importantes como agronegócio e indústrias. Esses pontos, segundo Diorges, demonstram o crescimento de pessoas, veículos e a necessidade de melhorias de infraestrutura, inclusive em outras regiões da cidade.
— Nós estamos acompanhando essas pautas com governo federal, no caso da BR-285, e com o governo estadual, na RS-324. Temos reuniões periódicas. É uma pauta que queremos que avance na infraestrutura, porque a cidade cresceu nos últimos dez anos. É um polo de atração econômica, em função da logística, da demanda grande de fluxo e essas vias precisam de investimento em infraestrutura — declara o secretário.
A Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Agronegócio (Acisa) de Passo Fundo elenca cinco trevos como prioritários na busca por melhorias e qualificação dos acessos a cidade: o da Caravela, do bairro Santa Marta, das empresas Gran Palazzo e Ambev, do Ricci, no bairro São Cristóvão e do Parque da Roselândia. Algumas dessas demandas, inclusive, são desde 2019, conforme o presidente da entidade, Cássio Roberto Gonçalves.
— Nós estamos reunidos diretamente com prefeitura, governo estadual, com Daer e DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). O Estado sempre nos diz que obras são com eles, que precisamos entregar os projetos. E essas iniciativas estão acontecendo, seja de forma privada ou com as articulações que vem sendo realizadas — afirma.
Gonçalves relata que a necessidade de melhorias nos trevos de acesso se devem pelo tráfego de caminhões que passam por Passo Fundo, além da demanda diária de veículos da cidade e da região. Outro ponto levado em consideração é a preservação da vida, em razão da presença de condomínios e empreendimentos horizontais em trechos mais deslocados e próximos de rodovias.
— Passo Fundo está expandindo, principalmente com muitos empreendimentos imobiliários horizontais, com condomínios residenciais. Há uma demanda por segurança, por preservação de vidas e circulação de veículos e seu escoamento. É um tráfego muito grande, com caminhões que passam pela cidade para fazer seu destino, além dos veículos que fazem seus deslocamentos normais — completa.
Viadutos previstos nos acessos
Um projeto para a duplicação do trecho urbano da BR-285, desde a RS-324 até a o trevo da Universidade de Passo Fundo (UPF), totalizando aproximadamente 11 quilômetros, é elaborado desde o ano passado.
O material, que está em fase de estudos, deve ser apresentado até o fim deste ano. Inicialmente, seria apresentado em maio, mas devido a complexidade do projeto, segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) regional, foi prorrogado para o segundo semestre. Uma empresa venceu a licitação para elaboração do projeto em 2022.
De acordo com o diretor do DNIT regional, o engenheiro Adalberto Jurach, o objetivo é concluir o projeto neste ano para iniciar a contratação da empresa responsável pelas obras a partir de 2024. O investimento estimado gira em cerca de R$ 350 milhões para a restauração da pista, duplicação e criação de elevadas.
— O projeto de duplicação está com a concepção bem avançada. Ele contempla diversos viadutos, no bairro São José, no acesso à Avenida Brasil, com acesso pela pista inferior à cidade e à UPF, depois com viadutos no Distrito Industrial Invernadinha, bairro Cidade Nova, bairro Záchia, na entrada para a rodovia Transbrasiliana e depois no acesso que passa pela ferrovia. É um projeto complexo, que queremos finalizar em 2023. A partir do projeto, vamos buscar a contratação das obras de duplicação — declara.
Em um dos principais pontos do projeto, no trevo de acesso à UPF, os veículos que estarão em fluxo entre a universidade e a cidade terão acesso pela via debaixo, enquanto quem utilizaria a rodovia seguiria pelo viaduto. No trevo do Distrito Industrial Invernadinha, é necessária elevada e pistas laterais.
Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Diorges Oliveira, as empresas que estão presentes neste trecho se reuniram com a vencedora da licitação para detalhar empreendimentos futuros na região e as necessidades de cada empresa com a obra com foco no futuro.
Conforme dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), seis pessoas morreram em 48 acidentes registrados no trecho da BR-285, entre o acesso do bairro São José e o acesso à RS-324, em 2022.
Proprietário de uma oficina mecânica às margens da BR-285 há 42 anos, nas proximidades do trevo que faz ligação de Passo Fundo a Erechim e Lagoa Vermelha, Luis Santett relata que o trecho possui algumas complicações para o trânsito, como falta de sinalização, falta de iluminação à noite, imprudência dos motoristas e também poucos redutores de velocidade.
— Já vi muita gente morrer aqui neste trevo ao longo do tempo. Falta fazer uma elevada, colocar um semáforo, mais redutores de velocidade. Sem lombada aqui, o pessoal faz o trecho a 120 km/h, 130 km/h — conta.
Segundo ele, nos horários de pico, em razão do fluxo de alunos da UPF, os congestionamentos bloqueiam o acesso. Além disso, a pouca iluminação no trevo também dificulta a visibilidade dos motoristas.
— É pouco sinalizado aqui, fica muito escuro de noite. Só tem um poste com luz. Junto a isso, temos o movimento de carros, fica tudo congestionado. Uma elevação resolveria esse problema — afirma Luis.
Trevo do Ricci fica para segundo lote
O trevo do Ricci, localizado no bairro São Cristóvão, no entroncamento da RS-324 com a RS -135, a Perimetral Leste, também está na pauta da prefeitura de Passo Fundo e da Acisa.
De acordo com Diorges Oliveira, o trevo estará previsto para o segundo lote das obras de concessão da duplicação da RS-324, entre Passo Fundo e Marau.
A Acisa, por sua vez, garante que acompanha a movimentação e irá cobrar a inclusão do trevo no segundo pacote de obras, ainda sem data prevista.
Trevos que contam com iniciativa privada
Outros trevos de acesso a Passo Fundo também estão em pauta. O trevo na RS-153, em frente a um empreendimento imobiliário, nas proximidades do bairro Integração, está em obras atualmente.
Segundo o secretário Diorges Oliveira, o trevo passou por um projeto realizado pela iniciativa privada, que foi aprovado pelo Daer e posteriormente foi executado pela iniciativa privada.
Além deste, outros dois projetos também estão com a iniciativa privada: o trevo da Roselândia, na Perimetral Sul, que dá acesso ao bairro Planaltina, e o trevo de um clube social privado, também na Perimetral Sul, antes do entroncamento com a RS-324.
— Esses dois trevos estão com projetos sendo elaborados pela iniciativa privada. A partir do projeto estar pronto, eles serão protocolados no Daer para apontamentos e validação — explica.
GZH Passo Fundo
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