Credores da empresa Semeato, de Passo Fundo, se reuniram em assembleia virtual na quinta-feira (25), para votar a recuperação judicial da empresa. O processo de Recuperação Judicial do Grupo Semeato tramita na 3ª Vara Cível do município.
Na ação, são habilitados mais de 1,4 mil credores com processos que correm desde 1997, entre Vara Trabalhista e Vara Cível. Na assembleia, participaram seus respectivos advogados. Do outro lado, estava a defesa da Semeato, que apresentou o plano de recuperação judicial. A proposta apresentada era quitar R$ 20 mil de cada credor, sendo R$ 10 mil agora e o restante em até 12 meses. Os representantes de cada parte manifestaram seus pontos de vista, e ao final, foi realizada a deliberação.
Com placar de 759 votos a 749, foi decidido pela recuperação judicial da empresa. Conforme informações do dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de Passo Fundo (SindMetal), Everton Mate, com a aprovação, os créditos trabalhistas dependerão da venda dos imóveis da Semeato, portanto, não há nenhum prazo fixado para a quitação da dívida de imediato.
— Essa é mais uma manobra da empresa para não fazer os pagamentos. Os votos determinantes para aprovação da recuperação foram dos funcionários ativos da empresa, que foram coagidos a votar a favor — afirma Mate.
Ele e os demais ex-funcionários votaram contra o plano e em defesa da declaração de falência. O sindicalista diz que, se esse fosse o caso, os credores teriam os bens da Semeato como garantia, o que poderia chegar a um teto de até 150 salários mínimos por credor. As dívidas dizem respeito a salários, férias, décimo terceiro salário e depósitos de FGTS. Agora, a decisão da assembleia será apreciada pelo juiz da vara, em no máximo 30 dias.
Ainda na quinta-feira, durante a votação, membros do SindMetal realizaram uma manifestação em frente ao Fórum de Passo Fundo, reivindicando o pagamento dos valores devidos pela empresa.
GZH Passo Fundo não conseguiu contato com a Semeato até a publicação desta reportagem.