O dia 18 de agosto tem um significado especial para os apaixonados pelo Ypiranga. A data, além de celebrar o aniversário do clube, é considerada desde 2021 pelo calendário oficial de eventos do Rio Grande do Sul como o Dia do Torcedor do Ypiranga.
Neste ano, a data é ainda mais simbólica por se tratar do centenário de fundação do Canarinho. Por isso, para comemorar a data, GZH Passo Fundo entrevistou três torcedores que carregam o legado de levar a paixão pelo clube adiante.
Gerações apaixonadas
Três gerações movidas pelo amor ao Ypiranga Futebol Clube. Avô, filho e neta. Ambos dividem a mesma paixão e ficam ainda mais ligados por um único sentimento.
Tudo começou em 1970, quando Aristides Bornelli chegou a Erechim. Neste ano, o Ypiranga começou a jogar no Colosso da Lagoa e atraiu diversos expectadores para o maior estádio do interior gaúcho, com capacidade para mais de 20 mil pessoas.
— É um clube sério e isso fez com que eu continuasse acompanhando depois da inauguração do estádio. Sempre incentivei o Ypiranga nos bons e maus momentos. Sigo frequentando e acompanhando até hoje — revela o avô, que influenciou seu filho e neta a também acompanharem o time.
Benhur Bornelli, 49 anos, criou laços com o Canarinho quando iniciou na escolinha de futebol do clube, influenciado por seu pai.
— Em 1984 eu comecei na escolinha do Ypiranga, mas não tive muito sucesso. Desde então virei um torcedor e comecei a acompanhar o time em todos os jogos aqui em Erechim, e sempre que possível fora também. É muito legal nutrir esse amor pelo clube que é da minha cidade — destacou.
Mais tarde, viu a filha Milena seguir os mesmos passos por influência do seu pai.
— A Milena chegou a acompanhar a dupla Gre-Nal quando criança, mas quando ganhou a primeira camisa do Ypiranga não teve dúvidas para quem iria torcer. Em dias de jogos o meu pai buscava ela e levava para o estádio. Ela sempre gostou. Isso fez com que nós três fossemos acompanhando e criando memórias juntos.
Atual geração
Milena Bornelli, hoje com 25 anos, destaca a escolha por ser ypiranguista.
— Aos 10 anos fui no meu primeiro jogo. Com o tempo, meu entendimento sobre o futebol cresceu, e a paixão pelo esporte se tornou cada vez mais intensa. Logo, deixei de torcer para outros times e passei a ser 100% Ypiranga, algo que aconteceu de forma muito natural — disse.
A proximidade com o clube lhe rendeu o título de musa em 2020. Algo marcante para ela, que desde nova entendeu o legado que público feminino tem dentro da instituição. Isso porque a primeira torcida organizada do Ypiranga, "As Legionárias", foi composta exclusivamente por mulheres.
— Foi uma oportunidade única de representar o clube que tanto amo e de destacar a presença e a força da torcida feminina, que sempre esteve presente na história do Ypiranga.
Além deste dia que tem um significado pessoal muito grande, Milena recorda com carinho as conquistas dentro de campo, principalmente por ter vivido ao lado de torcedores tidas como referência, seu pai e seu avô.
— Sou muito feliz por ter tido o privilégio de testemunhar a evolução do Canarinho. Vi o clube se fortalecer, disputar a primeira divisão gaúcha, realizar campanhas memoráveis na Copa do Brasil, conquistar o acesso à Série C, e alcançar títulos importantes, como o de campeão do interior e vice-campeão do Gauchão. Junto com minha família, viajei por diversas cidades do estado para acompanhar o Ypiranga, como Caxias do Sul, Ijuí, Vacaria, Bento Gonçalves, Passo Fundo e Porto Alegre. É muito especial ter essas recordações ao lado de quem em ensinou a amar o Ypiranga — concluiu.