A seleção brasileira de futsal está disputando a Copa das Nações, que acontece em Sorocaba (SP) desde quarta-feira (13). O Brasil já está com a vaga confirmada para a semifinal, que será no sábado (16). Se passar, a decisão será no domingo (17), às 10h. E o elenco verde e amarelo conta com dois gaúchos que vivem a expectativa de conseguir uma vaga para a Copa do Mundo de 2024.
O fixo Marlon, natural de Nova Santa Rita, e o goleiro Léo Gugiel, de Guaporé, são os representantes do Rio Grande do Sul entre as estrelas brasileiras.
Ambos têm sido chamados com frequência nas últimas convocações do técnico Marquinhos Xavier, que está aproveitando a competição como preparação para a Copa do Mundo de Futsal, acontecerá no Uzbequistão, no próximo ano.
Goleiro do Benfica
Léo Gugiel já tem sete convocações no currículo. No ano passado, ele jogava na Rússia antes de seguir para o Benfica, de Portugal.
— Isso ajuda muito para ser chamado para a seleção. O desempenho do meu time também favorece muito. Tenho que seguir trabalhando forte e focado para quem sabe, daqui um ano, estar celebrando uma convocação para o Mundial, que é o sonho de todo o garoto — disse o goleiro.
Léo tem a sua formação na AGE, de Guaporé, e passou pelo Sub-20 de Sananduva antes de ser contratado pela ACBF, em 2016. A partir daí, ganhou projeção nacional: jogou no Joaçaba (SC) e foi para o futsal russo. Desde 2022, ele joga no Benfica. Mesmo assim, quando tem oportunidade retorna para Guaporé para rever os amigos.
— Fui até ver treinos da AGE nas minhas férias. Sou sempre bem recepcionado. O pessoal vem tirar fotos, pergunta como é a vida fora do Brasil. Isso é bacana. Eu devo muito para a AGE, foi onde cresci e consegui aparecer para o mundo. É gratificante voltar e ver onde eu passei. Quem sabe num futuro a gente pode voltar para jogar pelo time do coração.
Na Copa das Nações ele começou como reserva de Willian, do Joinville, e entrou para jogar alguns minutos contra a Arábia Saudita.
— É importante estar sempre no grupo. A gente prefere estar jogando, mas sabemos respeitar a hierarquia do treinador. Ele sabe as melhores opções para o momento, é sempre como eu penso. Eu sigo trabalhando focado, pois quando surgir a oportunidade tenho que estar preparado — argumentou.
Fixo do ElPozo
Jogando uma posição à frente do goleiro, está o fixo Marlon, que tem sido destaque na seleção. Além contribuir com a defesa, o jogador faz muitos gols. Contra a Arábia Saudita, ele marcou o primeiro gol do jogo, característica que contribuiu para ser chamado pela seleção.
— Eu acho que no decorrer dos anos fui me adaptando e hoje consigo utilizar isso [a ofensividade] na seleção, que não é só jogar como fixo, mas fazer um movimento diferente de pivô. Isso facilita na hora de fazer os gols, estar mais perto da área, e ajuda a ter mais oportunidades de finalizar. Conforme os anos foram passando, percebi que era uma estratégia boa ir para o ataque.
Hoje Marlon defende o ElPozo, de Múrcia, na Espanha. Com a versatilidade, ele conquistou a confiança do técnico Marquinhos Xavier. Os dois trabalharam juntos no Marechal Cândido Rondon (PR) e na ACBF, onde conquistaram a Liga Nacional.
— Eu tento aproveitar essa confiança. Sempre que tenho oportunidade tento mostrar para ele que quero estar na seleção. Gostaria de ter meu espaço sempre. Porém, o Marquinhos é um treinador que cobra bastante e quer resultados. Se o atleta não dá o retorno, ele busca outra opção. Então estou feliz por essa confiança no meu trabalho — disse.
Convocado 17 vezes para a seleção brasileira de futsal, Marlon foi o único gaúcho presente na última Copa do Mundo. O atleta garante que, entre as suas características, guarda a tradicional raça do Rio Grande do Sul e tenta levar isso para a seleção.
— Eu tenho a característica do futsal gaúcho, que é de defender, de brigar, pelear. Um pouco do ingrediente gaúcho está presente na seleção junto comigo. Me sinto orgulhoso disso. Na Copa do Mundo eu era o único gaúcho. As vezes a gente não se dá conta dessa responsabilidade — pontuou.