Vítima de injúria racial, o goleiro João Paulo, do Atlântico, disse que lutará por justiça contra o torcedor que proferiu as ofensas a ele. O atleta denunciou o caso no dia 30 de novembro. Na ocasião, um torcedor do Guarany lhe chamou de "macaco", em partida válida pela semifinal do Gauchão de Futsal.
João tem 29 anos e contou a ZH que foi a primeira vez que passou por esse tipo de experiência. E segundo o atleta, o resultado do Pleno TJD-RS desta quarta-feira (11), foi assertivo em partes.
— É difícil assimilar isso de forma positiva, sabendo que não foi a primeira vez que isso aconteceu em Espumoso, mas foi um avanço eles (advogados do TJD-RS) voltarem atrás da primeira decisão, que tinha punido somente a nossa equipe, que foi a vítima. Acho que a partida deveria ser retomada em outro ginásio, fora de Espumoso — destacou.
Em segunda instância, o Atlântico foi absolvido por abondar a quadra no caso de injúria racial cometido contra o goleiro. Assim, ficou definido que a partida terá continuidade no Ginásio Módulo Esportivo, mas com portões fechados.
Futuro indefinido
Antes da Liga Gaúcha de Futsal (LGF) confirmar a continuidade da partida, os clubes poderão recorrer em terceira instância do STJD. Isso pode atrasar a decisão em quadra e fazer com que João Paulo não dispute o jogo, já que não seguirá no Atlântico em 2025.
No entanto, o atleta garantiu que lutará por justiça penal, uma vez que o TJD-RS puniu o torcedor que cometeu a injúria racial apenas com a proibição de frequentar o Ginásio Módulo Esportivo por 720 dias.
— Espero que a justiça seja feita contra o indivíduo que causou toda essa confusão. Espero que ele pague pelo crime que cometeu de acordo com a legislação. O Atlântico está me auxiliando e colocou um advogado a minha disposição — disse João Paulo.
O jogador registrou Boletim de Ocorrência logo após a partida, e a polícia investiga o caso. O delegado Felipe Cavalcanti afirmou que pretende finalizar as investigações até o fim desta semana.
Se condenado pelo crime de injúria racial, o torcedor acusado pode pegar de dois a cinco anos de prisão.