Em crescimento, o mercado da construção civil de Passo Fundo se destaca ano a ano, modificando constantemente o visual da cidade. Atualmente, são 107 prédios em construção no município, o que deve gerar 5 mil novas unidades nos próximos dois anos. Com os altos números, crescem também as necessidades de modelos cada vez mais tecnológicos, entregues em menos tempo e que geram menos impacto ao meio ambiente.
Nesta linha, se destacam as construções alternativas, que além de terem diferencial arquitetônico, também entregam agilidade aos clientes. No setor, duas se destacam: os contêineres e as casas em madeira. Sua atuação, porém, trava pela falta de mão de obra e conhecimento técnico, como aponta o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário (Sinduscon) de Passo Fundo, Cristiano Basso:
— A dificuldade da construção civil continua sendo a mão de obra, principalmente a qualificada. Sofremos desde o ano passado para achar esse trabalhador em virtude de que o mercado dá outras oportunidades aos jovens, o que desvirtua um pouco da área da construção civil. Em contrapartida, as construções não desaceleraram, ainda vamos ter vários lançamentos esse ano, o que mostra que existe uma demanda para todos os níveis de tamanhos e de construções.
A demanda por equipe capacitada acaba por limitar o trabalho de uma empresa focada em construção em madeira na cidade. Um dos proprietários, Vilmar Giordani, conta que há lista de espera de clientes para executar os projetos por conta da falta de mão de obra.
— Há mercado, mas não temos gente capacitada para trabalhar. Hoje conseguimos ter nove equipes e acabamos por fazer lista de espera para atendermos novos projetos — afirma Giordani.
Negócio familiar, a equipe contabiliza cerca de 400 casas entregues nos últimos cinco anos. Para a construção, é feito desde o projeto, até a entrega final com instalação elétrica e hidráulica. Entre os benefícios em comparação com as casas tradicionais, está o custo e a praticidade: os projetos são entregues prontos para morar em até 30 dias.
Construções em contêineres e a sustentabilidade
Outro exemplo de praticidade são os projetos feitos com uso de contêiner. Em Passo Fundo, uma empresa compra os materiais usados em transporte marítimo, com 10 a 12 anos de uso. Depois, redesenha seu uso para abrigar casas, escritórios e até depósitos para defensivos agrícolas. Com seis anos de atuação, a empresa já enviou projetos para fora do Estado, com clientes em Rondônia, Maranhão, Tocantins e Brasília.
— Nosso diferencial é a praticidade e a agilidade. Enquanto preparamos o contêiner, o cliente faz o reparo do local onde será instalado e entregamos entre 20 a 30 dias. Eles só precisam fazer as ligações externas, não gera impacto nenhum. Acredito que o nosso desafio é que a falta de conhecimento das pessoas mesmo, de entender que é um produto reutilizado, comprado, e que damos um novo uso — destaca uma das sócias, Cristiane Dilly.
Entre as principais vantagens do conteiner está a sustentabilidade: todas as peças são reutilizadas e, mesmo com recortes, é possível reaproveitar as peças nos fechamentos em aço, deixando o projeto mas seguro e gerando pouco resíduo.
A empresa também atua com o modelo de aluguel de materiais, como alojamentos e banheiros para obras, o que também evita construções provisórias que serão desmontadas após o uso e abandonadas no meio ambiente.