Mesmo com o aumento de preço de ar-condicionados, a onda de calor e clima abafado têm impulsionado as vendas desses equipamentos no comércio de Passo Fundo, no norte gaúcho.
A onda de calor e a seca na Amazônia foram alguns dos fatores que impulsionaram a alta nos valores. De acordo com o Sistema de Recuperação Automática (Sidra) do IBGE, em novembro, equipamentos de ar-condicionado tiveram a maior alta do item, para o mês, desde a implantação do plano real, em 1994.
Segundo Alexsandro Giaretta, engenheiro de vendas de uma empresa especializada em ar-condicionado, o preço dos equipamentos subiu de 10% a 15% na comparação com os praticados no verão passado. Contudo, mesmo com os valores elevados, a demanda continua alta.
— A perspectiva é que continue assim, até porque sabemos que o ar-condicionado já foi uma questão de um luxo, mas hoje em dia é uma necessidade. Você precisa ter um equipamento para ter um conforto térmico ideal e uma vida mais saudável — afirmou.
Em Passo Fundo, a expectativa da Câmara de Dirigentes e Lojistas (CDL) é que, com o aumento das vendas, a estimativa de crescimento do setor seja 10% maior que 2022. Segundo o presidente da entidade, Fernando De Carli, as condições de pagamento é o que mais chamam atenção dos consumidores.
— O crediário próprio dos lojistas oferece condições facilitadas e parcelamentos exclusivos. Porém os consumidores devem optar pela forma que mais acharem atrativas, sempre observando seu planejamento financeiro antes de comprar — salientou.
No centro da cidade, a gerente comercial Elisângela Rosa conta que seu estabelecimento vendeu mais de 20 aparelhos de ar-condicionado em 8h em um único dia, em dezembro. Os ventiladores, porém, ainda lideram a procura, por terem preços mais acessíveis.
— Ainda o produto mais procurado são os ventiladores por questões econômicas, mas quem busca mais conforto acaba investindo um pouco mais e comprando um ar-condicionado — contou.
Paciência até a instalação
No caso do ar-condicionado, a procura aumentou a fila para a instalação dos equipamentos. Segundo o empresário Alexandre Luís Conrad, de uma empresa especializada em venda e instalação desses aparelhos, o número de clientes que contratam o serviço nessa época do ano aumentou significativamente nos últimos dias.
— A procura por serviços relacionados com ar-condicionado, seja com compra, manutenção ou instalação, aumentou em cerca de 300%. Por isso, para atender essa demanda de chamados de instalação precisamos de pelo menos três a quatro semanas — afirmou.
Em outras lojas, como da Elisângela, o prazo para instalar os aparelhos está em sete a 15 dias, por causa da demanda. Antes dos dias mais quentes, os consumidores que compravam ar-condicionado na loja recebiam o instalador já no dia seguinte ou no máximo dois dias depois da compra, por exemplo.
Para driblar o preço mais alto, alguns consumidores têm optado por comprar um equipamento seminovo. É o caso da vendedora Nataly da Silva de Mello, que apostou em um ar-condicionado comprado pela metade do preço.
— Tive que pesquisar bastante. Fui em várias lojas e o preço estava lá em cima. Com isso, optei por pesquisar na internet um seminovo e acabei encontrando o ar pela metade do preço. Hoje eu recomendo mais comprar seminovo do que novo, porque o preço está lá em cima e praticamente é a mesma coisa — afirmou.