Cerca de 750 funcionários devem ser demitidos durante o mês de janeiro no frigorífico Mais Frango de Miraguaí, município de 4,4 mil habitantes do norte gaúcho. Os desligamentos ocorrem depois de um incêndio que atingiu a empresa e consumiu 95% do parque fabril em 17 de dezembro.
Na ocasião, bombeiros de Três Passos, Ijuí, Tenente Portela e Frederico Westphalen foram chamados para ajudar a conter as chamas. Havia preocupação porque o incêndio aconteceu próximo ao reservatório de amônia do frigorífico, o que poderia resultar em explosão. Não houve feridos e as causas do fogo ainda são investigadas.
Conforme comunicado publicado pela empresa na quinta-feira (4), o frigorífico deverá ser reconstruído. Os levantamentos técnicos iniciais, contudo, apontam que a obra deve se prolongar por 15 meses. Dessa forma, a empresa se reuniu com representações das categorias de trabalhadores a fim de buscar um acordo.
— Nós concordamos com a demissão e negociamos que devem ser pagos todos os encargos trabalhistas e rescisão aos funcionários demitidos. Agora, teremos uma assembleia para aprovação do acordo pelos próprios trabalhadores — disse Raimundo Adolfo Hett, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Miraguaí.
Além disso, empresa e sindicado acordaram que os funcionários demitidos terão prioridade na recontratação pela empresa depois das reformas necessárias. A assembleia da categoria deverá ocorrer na próxima terça-feira (9).
O que diz a empresa
Conforme a direção da Mais Frango, serão mantidos 13 setores na empresa, como comercial, logística, financeiro, sala de máquinas, entre outros. No total, o frigorífico emprega em torno de mil funcionários. Desses, cerca de 250 devem ter os empregos mantidos. A empresa não confirmou o número exato de demissões.
O frigorífico segue com as atividades nos setores não atingidos e realiza o abate dos frangos em frigorífico na cidade catarinense de Nova Erechim, a cerca de 180 quilômetros de Miraguaí.
Em posicionamento enviado a GZH, a empresa disse não ter condições de manter os empregos das pessoas que trabalhavam nas áreas atingidas pelo incêndio. Ainda, pontua que atuam junto ao setor econômico da avicultura, com o objetivo de viabilizar a contratação daqueles que tiverem interesse e possibilidade junto a outras empresas avícolas da região.