Um novo programa da prefeitura de Passo Fundo vai dar aos estudantes da rede municipal de educação, no próximo Dia das Crianças, com um cheque literário de R$ 40 para a compra de obras em livrarias do município.
O valor faz parte do Passaporte da Leitura, iniciativa lançada no começo de agosto prevista na lei n° 5.675/2022, de autoria do Executivo municipal, que institui o Programa Boralê.
Mais de 17,5 mil crianças e adolescentes, da Educação Infantil ao Ensino Fundamental, serão contemplados com o passaporte. De acordo com a coordenadora da Biblioteca Municipal Arno Viuniski, Vanessa Hickmann, que está à frente do projeto, serão investidos cerca de R$ 700 mil do município na ação, que abrange não só o incentivo financeiro.
— O passaporte vai além do cheque-livro. Isso é apenas uma das páginas, mas a atividade também vai incentivar as práticas leitoras, porque os alunos poderão carimbar esse passaporte ao conhecer espaços literários da cidade — pontua.
Destinos do passaporte
Dentre os espaços disponíveis estão a Biblioteca Municipal, Prisma Espaço Geek e Academia Passo-Fundense de Letras. Além disso, os estudantes podem carimbar também as dez livrarias e livreiros credenciados no programa. Os locais escolhidos participaram de chamamento público no primeiro semestre deste ano.
— O programa será anual, todo ano as crianças vão receber um passaporte diferente para preencher. O passaporte tem um conjunto de informações que ajudam o aluno a resgatar esse gosto pela leitura ou criar o hábito — destaca o secretário de Educação, Adriano Teixeira.
O item será distribuído à rede de ensino no dia 12 de outubro e já começa a valer, sendo que a primeira opção de destino a ser carimbado será a Feira do Livro, que acontece entre os dias 15 e 22 do mesmo mês. As livrarias participantes estarão identificadas com um selo.
Democratização da leitura
Dentre os objetivos previstos no programa Boralê, estão a qualificação das escolhas dos leitores e a democratização do acesso aos livros e à leitura — e o passaporte tem tudo para contemplar essas metas.
As obras que poderão ser adquiridas com o cheque-livro são aquelas que se encaixam na categoria literária, ou seja, nem tudo aquilo que está na livraria poderá ser adquirido, como livros de passatempos ou de receitas, por exemplo.
De acordo com a coordenadora, o propósito é fazer com que somente obras de qualidade e que agreguem para o desenvolvimento da leitura cheguem aos estudantes. Além disso, o valor vai permitir que muitas crianças e adolescentes tenham, pela primeira vez, a possibilidade de montar seu próprio acervo em casa.
— Vamos oportunizar que as crianças que não têm acesso ao livro, que muitas vezes não cabe no orçamento das famílias, passem a ter esse contato e essa liberdade de entrar em uma livraria e escolher o que comprar para ler. Quantas crianças podem fazer isso na rede municipal? É um empoderamento financeiro e cultural dentro da área da educação — acrescenta Vanessa.