Da parceria entre o Instituto Cultural Ritornelo e a Fundação Beneficente Lucas Araújo surgiu o Rito Espaço Coletivo. Desde 2016, o local contribui para a valorização cultural em Passo Fundo, ao desenvolver diferentes apresentações artísticas, além de duas oficinas regulares de capoeira e acrobacia aérea. O Rito também é utilizado pelo Grupo Ritornelo de Teatro para produção e ensaios.
Apesar do empenho na cena cultural, a pandemia e enchente empurraram o espaço para um contexto de dificuldade financeira e, agora, a entidade faz uma campanha para não fechar as portas.
Segundo Miraldi Junior de Oliveira da Costa, ator e produtor do grupo de teatro, responsável pelo local, o espaço nunca se sustentou sozinho, mas agora a situação está mais difícil.
— Temos pagado mais o espaço com o valor dos nossos espetáculos do que com os eventos que acontecem no próprio espaço. Isso tem se tornado uma bola de neve. Já pensamos várias vezes em fechar o Rito — afirmou.
Localizado na Rua Aníbal Brilhar, no bairro Lucas Araújo, a estrutura pertence à Fundação Beneficente Lucas Araújo. Além de pagar cerca de 10% do valor total do aluguel do galpão, o Grupo Ritornelo promove ações culturais em instituições, como o Lar da Menina Pe. Paulo Farina e a Instituição de Longa Permanência para Idosos São José, oferecidos pela fundação.
O valor simbólico cobrado para a realização das ações promovidas no Rito é utilizado para pagar as contas mensais, como aluguel, luz, água e segurança, como afirma Guto Pasini, ator e produtor do grupo de teatro.
— O Rito é um espaço plural, inclusivo e, no geral, não tem cobrança de ingressos. Os preços das coisas, quando são vendidas durante os espetáculos, são sempre populares. Só que vimos que isso não torna o local autossustentável. O fato é que agora não temos conseguido nos manter financeiramente — afirma.
Amigos do Rito
Para tentar suprir a falta de verba para manter o espaço, os responsáveis pelo Rito junto à comunidade buscam diferentes ações, como a Associação dos Amigos do Rito.
A ideia é que pessoas interessadas possam realizar uma doação mensal para a causa e, assim, auxiliar nas despesas do local. Segundo Júnior, o projeto foi criado através de grupos de WhatsApp que se reuniram em prol do espaço. A forma e o valor com que a associação deverá trabalhar ainda não foram definidas.
— Pretendemos seguir por mais seis meses e depois avaliar a situação, após tentar novas formas de angariar fundos. A associação pode ser uma forma de ajudar na manutenção do local, se a ação for concretizada. Atualmente a lista tem em torno de 74 pessoas interessadas. Pensamos em um valor mensal fixo de auxílio de R$ 30, mas não batemos o martelo ainda — disse.
O grupo também aguarda o retorno de outros projetos e editais que devem auxiliar o setor cultural do município com recursos.