Um olhar de orgulho por ter construído uma história sólida e pujante, sem deixar o viés crítico de lado, para mirar um futuro de mais desenvolvimento. É assim que a quarta dupla entrevistada na série Olhares, desenvolvida por GZH para celebrar os 166 anos de Passo Fundo, percebe a capital do Planalto Médio.
Nesta quarta reportagem da série, profissionais com formações diferentes, mas com o foco no agronegócio, complementam as suas visões sobre uma cidade que está entre as principais do Rio Grande do Sul e cresce até mesmo em nível nacional.
Raízes passo-fundenses
Renan Bonamigo Tonial, de 32 anos, é diretor de uma indústria de cereais em Passo Fundo e também tem passagens como professor universitário. Com formação em Administração e Direito, além de ser pós-graduado e mestre, ele teve todos seus vínculos familiares e profissionais na cidade.
Para o passo-fundense, o município gera oportunidades, assim como foi com a sua família, que empreendeu no ramo de cereais há 23 anos.
— Toda a minha trajetória profissional e escolar foi aqui. A minha família, desde as suas raízes, estudou e trabalhou na cidade. Hoje, eu trabalho em uma empresa familiar. Sinto orgulho em dizer que nossos recursos tanto financeiros quanto familiares estão alocados em Passo Fundo, porque acreditamos muito no potencial da cidade. Não é da boca para fora, é uma cidade de oportunidades — afirma.
A empreendedora Fabiana Lima, de 45 anos, é natural de Passo Fundo e possui uma empresa de comunicação estratégica voltada ao agronegócio. Ela viu diversas amigas deixarem a cidade, mas optou por fazer a sua vida no local onde nasceu. Com 18 anos do seu negócio próprio, ela percebe a evolução do município no ramo, sobretudo com o espaço conquistado pelas mulheres do campo.
— O início foi de muitos desafios, principalmente pela questão feminina, já que eu era praticamente a única no meio e fazendo cobertura de campo. Mas houve uma evolução, hoje estamos privilegiados. O agro evoluiu muito, mas o comportamento das pessoas mudou e o nosso trabalho também. A região é rica e movimenta muito a cidade. É extremamente positivo ver a evolução que a gente tem acompanhado de Passo Fundo — destaca.
Cidadãos atentos para um futuro melhor
Com uma visão crítica para o futuro, Tonial acredita que Passo Fundo ainda tem muito a se desenvolver. O diretor afirma que o município está em destaque nacional e cita que a cidade é a 39ª melhor do Brasil para se viver, segundo ranking da Austin Rating em parceria com a Editora Três, divulgado em 2022.
Para ele, Passo Fundo precisa melhorar a sua autoestima, já que é uma cidade polo e referência em diferentes segmentos.
— Muitas vezes olhamos para Passo Fundo como interior, perante a Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, outros grandes centros. O pessoal imagina um buraco, uma cidade pequena sem nada. Estamos entre as 39 melhores cidades do país, olha o tamanho da nossa economia, a diversidade dos negócios, tudo o que a nossa região merece. O que falta a Passo Fundo é um pouco de autoestima, porque a cidade tem potencial e demonstra isso — exalta.
No mesmo compasso, Fabiana concorda que o município pode melhorar, sobretudo com a questão de infraestrutura nos acessos à cidade pelas rodovias e pelo aeroporto. Mas, antes disso, ela também se compromete como cidadã passo-fundense.
— A gente tem que assumir o nosso papel. Colocamos a responsabilidade em órgãos públicos, mas não fiscalizamos, não olhamos, porque nós entramos no nosso cotidiano, no automático. São duas questões: a nossa responsabilidade como cidadão, de participar mais, cobrar mais, mas também a autoestima, de realmente olhar o nosso potencial enquanto cidade, que somos grandes, que estamos crescendo, e perceber o que nos impede de resolver pequenas coisas que podem dar um salto ainda maior — completa.
Mais olhares de Passo Fundo
Confira as visões de pessoas que vivem diferentes perspectivas da cidade aniversariante em GZH Passo Fundo.