Pelo menos 79 mil pizzas por dia são produzidas por dia no Rio Grande do Sul, segundo pesquisa da Associação Pizzarias Unidas do Brasil (Apubra) — e Passo Fundo é uma grande fatia desse consumo, uma vez que é a quarta cidade com o maior número de pizzarias no Estado.
De 2022 para 2023 houve acréscimo de 10,6% no número de estabelecimentos gaúchos, chegando a 1.824. Só em Passo Fundo são 49 estabelecimentos, conforme a pesquisa. Quem lidera a pesquisa é Porto Alegre, com 325, seguida por Caxias do Sul (124) e Canoas (53). Novo Hamburgo, na Região Metropolitana, empata com Passo Fundo, também com 49 pizzarias.
Quem gosta de pizza celebra as opções que existem em Passo Fundo.
— O rodizio é ouro aqui na cidade e o sabor que eu prefiro é frango com catupiry — disse o técnico em ótica, Carlos Vancini.
— Eu prefiro à la carte e adoro sabores que envolvam carne, filé com queijo, filé com mostarda... pizzas que levam carne — opinou a corretora de imóveis Ayesa Aseff.
Atender essa demanda intensa por sabores diferentes e formas de consumir pizzas exige preparação e conhecimento. O pizzaiolo Osmar Vieira de Souza trabalha há 16 anos na área e ao longo do tempo pôde aperfeiçoar as técnicas para agradar o público. O primeiro passo, segundo ele, é o mais simples e o mais importante: amar o ofício.
— Se não amar o que faz, creio que seja pra qualquer profissão, não dá certo — afirmou.
Na parte técnica, com a mão na massa, o chefe da cozinha compartilhou alguns segredos para uma pizza sem erros.
— A massa é de fermentação de quatro horas. Primeiramente abre, faz a borda. A borda tem que ser padrão, toda completa a montagem. O queijo tem que ser ideal, o recheio não pode ultrapassar a borda e nem ficar muito baixo e a temperatura do forno tem que ser 380ºC para sair a pizza perfeita — explica.
As etapas têm surtido efeito. Na pizzaria são mais de 2 mil unidades vendidas por tele entrega. De terça a domingo, o estabelecimento abre com rodízio. No cardápio, os sabores são variados: vão desde os tradicionais como margherita, calabresa e frango catupiry até mais elaborados como aspargos, camarão, frutos do mar e picanha.
Pizzas premiadas
Além das pizzas convencionais, existem também aqueles que apostam nas receitas originais. Esse é o caso de Marcelo Ferreira Santos e Carine Bortolin Sassi, da Le Mani. Há cinco anos, os dois abriram um estabelecimento que investe em pizzas napolitanas semelhantes às feitas como na Itália.
— A pizza napolitana tem uma massa de longa fermentação, ela fica em média 20h a 24h descansando. O grande diferencial é a farinha e o tomate pelati que usamos, que vêm da Itália. A parte mais importante da pizza napolitana que é a cocção: ela fica pronta em 90 segundos — relata Marcelo.
O esforço da dupla e toda equipe que atua na pizzaria tem dado resultados: são cerca de 1,8 mil pizzas vendidas por mês. Em abril, o restaurante foi eleito como uma das 50 melhores pizzarias da América Latina.
— O fato de ter sido notado sem estar em um grande centro foi uma alegria para nós. É a consagração de todo esse esforço, de todo esse trabalho, de toda uma equipe de pessoas envolvidas, pizzaiolos, atendentes, fornecedores — disse Carine.