Começa em duas semanas, de forma oficial, a campanha eleitoral para o pleito municipal de 2024. No Rio Grande do Sul, a disputa não será igual às anteriores. A busca pelo voto terá a singularidade de ocorrer em meio à reconstrução que se segue à mais devastadora catástrofe climática da história do país. Postulantes às prefeituras e às câmaras de vereadores serão cobrados pela população e pelo jornalismo do Grupo RBS, engajado com os gaúchos no esforço coletivo de retomada do desenvolvimento. Devem estar à altura das responsabilidades deste tempo em que o Estado está desafiado não só a se reerguer, mas a se tornar mais resistente.
O voto consciente é fruto da opinião individual formada a partir de dados verdadeiros e fatos constatáveis e checados
A tarefa de forjar um Rio Grande do Sul adaptado ao aquecimento global e capaz de mitigar estragos causados por eventos meteorológicos extremos começa pelas ações sob a incumbência dos municípios. Será um tema inescapável. Dividirá atenções com outras pautas que permeiam as eleições municipais, como saúde, educação e transporte público. Mesmo nas cidades que não sofreram danos severos pelas enchentes que assolam o Estado desde o ano passado. Não há candidatura que possa garantir aos eleitores um futuro sem perdas materiais e risco à vida por secas, cheias ou pela fúria de tempestades.
O Grupo RBS, fiel aos princípios editoriais que norteiam a cobertura jornalística de períodos eleitorais, reitera o compromisso de colaborar para cada votante fazer a sua escolha de forma consciente e livre. Essa contribuição, na prática, se dá com um jornalismo preocupado com a relevância e a informação de qualidade. Mais do que buscar responsabilidades, é hora de dar atenção especial às propostas, ao cotejo de ideias, programas e biografias, e com insistência para que os aspirantes aos Executivos e Legislativos expliquem como viabilizar seus projetos. Os gaúchos conhecem os problemas de suas cidades. Estão à espera de soluções factíveis e, por isso, devem deixar clara a precedência do debate construtivo. Dos candidatos, esperam-se mais propostas e menos troca de insultos.
A disseminação de desinformação, inquietação recorrente nos processos eleitorais recentes, vai requerer cuidado adicional. A rápida evolução das ferramentas de inteligência artificial, também mais acessíveis, eleva o risco de circulação de conteúdos fraudulentos, como as deepfakes. São os casos de vídeos e áudios falsos, embora convincentes. Criam uma situação, uma fala ou uma cena inexistentes, mas ultrarrealistas.
A difusão de falsidades, distorções e versões tendenciosas, com o intuito de enganar e confundir, conspurca a democracia por manipular a decisão do eleitor. Um voto contaminado pelo engodo não é um sufrágio livre. É neste momento que o jornalismo profissional, exercido com equilíbrio, rigor e técnica, se investe de ainda mais importância para a sociedade. O voto consciente é fruto da opinião individual formada a partir de dados verdadeiros e fatos constatáveis e checados.
A poucos dias do início da campanha para um pleito de singular importância pelo momento histórico do Estado, a RBS reforça os seus deveres como grupo de comunicação. Entre eles estão a priorização de informações úteis ao eleitor, o debate em torno de temas da vida real que contribuam para o desenvolvimento dos municípios, a apuração, a checagem, a independência e a abertura de espaços para diferentes visões. É o que reafirma o jornalismo como pilar da democracia.
Os princípios que norteiam a cobertura eleitoral da RBS
1 | A cobertura eleitoral deve dar prioridade para discussão de programas, comparação de biografias, serviços ao eleitor e debate entre candidatos.
2 | Os veículos da RBS tratam partidos e candidatos de maneira equilibrada e independente.
3 | A dimensão da cobertura de candidatos leva em consideração a representação parlamentar do seu partido e as pesquisas eleitorais.
4 | A RBS não faz pesquisas eleitorais. Para atender ao interesse de seu público, os veículos do grupo somente contratam e divulgam pesquisas de institutos reconhecidos.
5 | Os veículos da RBS não divulgam resultados de pesquisas contratadas por partidos, candidatos ou governos.
6 | A RBS não trata pesquisas como principal assunto editorial dos veículos, mas como acessórios da cobertura.
7 | Durante o período eleitoral (16 de agosto a 27 de outubro de 2024), os veículos da RBS não divulgam publicidade com resultados de pesquisas de intenção de voto.
8 | A RBS não cede ou comercializa material de arquivo para campanhas eleitorais e desautoriza que material produzido e divulgado por seus veículos seja usado na propaganda eleitoral. A RBS adotará as medidas cabíveis caso esse material seja usado por partidos, coligações e federações.
9 | As despesas das coberturas eleitorais são pagas exclusivamente pela RBS. Nenhum profissional da empresa pode aceitar qualquer cortesia de candidato, partido, coligação ou federação.
10 | São vedadas a distribuição de propaganda política, a exposição de material eleitoral ou manifestações político-eleitorais nas dependências da RBS. Os profissionais da RBS não podem utilizar material de propaganda com conotação eleitoral durante o exercício de suas funções.
11 | Comunicadores e jornalistas do Grupo RBS devem considerar aplicativos de mensagens e redes sociais como comunicação pública, na qual prevalece o regramento ético esperado na sua atuação profissional.
12 | A eventual candidatura de profissionais e colaboradores da RBS pressupõe seu afastamento das atividades da empresa tão logo seja confirmada a intenção de concorrer.
13 | A participação de jornalistas e comunicadores na propaganda eleitoral pressupõe o afastamento do profissional pelo período mínimo de duração da campanha.
14 | Durante o período eleitoral, os veículos da RBS devem se abster de publicar artigos de candidatos ou de terceiros que destoem do equilíbrio entre candidaturas.