Por Ricardo Gomes, publicitário, com especialização em Gestão, Empreendedorismo e Marketing
A inteligência artificial já é parte da nossa realidade, bem mais do que se imagina. Atualmente se fala no ChatGPT: ele desenha, escreve, faz o dever de casa, a prova profissional. Só não te leva para jantar, mas com certeza é capaz de escrever uma poesia que irá aprimorar o convite.
A empresa garante estar atuando para que sejam criadas regulamentações de uso que garantam a integridade de sua utilização
Se você achou que isso era tudo, não é mesmo. Vem mais por aí.
A Microsoft criou sua IA, e ela é capaz de reproduzir a dicção de uma pessoa com tamanha exatidão que irá te fazer acreditar que é a voz de alguém que você conhece.
A VALL-E precisa de apenas três segundos de fala para criar a voz artificial, tão perfeita que possa ter até nuances de emoção que somente o ser humano poderia imprimir em suas frases. A ferramenta está em etapa avançada de desenvolvimento e precisando aperfeiçoar o resultado final antes do lançamento.
A empresa garante estar atuando para que sejam criadas regulamentações de uso que garantam a integridade de sua utilização. Claro que isso é o mínimo que se espera, mas se pensarmos em todas as leis que existem e não são cumpridas, qual a segurança de que ela será utilizada apenas de forma correta?
Em um mundo que ainda enfrenta ataques à democracia – veja exemplos como o caso da Cambridge Analytica e o compartilhamento de fake news –, o potencial beligerante dela, se somada aos famosos vídeos de deep fake, que hoje dependem de bons imitadores para terem maior legitimidade, é quase incalculável. A preocupação é que a integração dessas plataformas pode criar situações capazes de distorcer a verdade, muito além do que já vimos. Como iremos nos precaver de algo assim?
Claro que podemos pensar no uso da ferramenta para reunir novamente Paul e Ringo com John e Harrison em uma canção atual. Mas, fora o sonho de ver os meninos de Liverpool juntos, todo o resto deve ser muito bem pensado antes de ser executado.
É nosso dever questionar a aplicabilidade, os critérios éticos e a capacidade de acompanhamento de seu uso, mas jamais barrar a evolução, pois ela é essencial sempre.